30 setembro 2009

"2 anos a FERVEr" na Prova Oral



Quinta-feira, 1 de Outubro, às 19h00, o FERVE - Fartas/os d'Estes Recibos Verdes vai estar no programa Prova Oral, da Antena 3, com Fernando Alvim.


Falaremos de precariedade e recibos verdes a partir do livro "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade", que será apresentado nessa mesma noite, às 21h30, em Coimbra.


Podem ouvir a emissão na íntegra aqui.

29 setembro 2009

Coimbra::1 Outubro::21h30::Debate e lançamento do livro "2 anos a FERVEr"




O FERVE - Fartas/os d'Estes Recibos Verdes promove, em Coimbra, um debate de lançamento do livro "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade".

Este evento, a decorrer no dia 1 de Outubro, às 21h30, no bar do Teatro Académico Gil Vicente, insere-se na programação do
I Colóquio de Estudantes de Doutoramento do Centro de Estudos Socias (CES) da Universidade de Coimbra e conta com os seguintes oradores:



- Cristina Andrade: co-fundadora do FERVE
- José Soeiro: sociólogo e doutorando do CES
- Hugo Dias: sociólogo e investigador do CES

- José Castro Caldas: economista e docente do CES

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Há cerca de dois anos, surgiu, no Porto, o FERVE - Fartas/os d'Estes Recibos Verdes.
Tínhamos como objectivo denunciar situações de uso abusivo de recibos verdes e promover um espaço de debate acerca desta realidade laboral.

Designámos este fenómeno como 'falsos recibos verdes'; um fenómeno que atinge 900 mil pessoas em Portugal, ou seja, quase 1/5 das/os trabalhadores/as em Portugal.
Ao longo destes dois anos, temos colaborado na visibilização, denúncia e dinamização de diversas lutas, cuja persistência tem trazido para a praça pública a discussão sobre esta condição laboral.

Assinalamos dois anos de existência constatando que a expressão 'falsos recibos verdes' está ganha mas a sua existência persiste.
Assinalamos dois anos num momento em que a precariedade alastra no mercado laboral português.
Assinalamos dois anos quando Portugal regista a mais alta taxa de desemprego dos últimos anos.

Optámos, assim, por assinalar estes dois anos de luta com a edição de um livro onde se cruzam testemunhos de vidas precárias, reflexões de activistas contra a precariedade, intervenções de investigadores/as, jornalistas e sindicalistas.

"2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade" é o título deste livro de 130 páginas, editado pela Afrontamento, que conta com dez testemunhos de trabalhadores/as a recibos verdes, ilustrados por Catarina Falcão, Chico, Gémeo Luís, Isabel Lhano, João Alves, Luís Silva, Paulo Anciães Monteiro, Rui Vitorio dos Santos.

O livro "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade", conta também com as contribuições de:

- Carvalho da Silva: Secretário Geral da CGTP-IN
- Henrique Borges: Sindicato dos Professores do Norte e membro da CGTP
- Elísio Estanque: Sociólogo - CES, Universidade de Coimbra
- Castro Caldas: Economista - CES, Universidade de Coimbra
- Sofia Cruz: Socióloga - Faculdade de Letras, Universidade do Porto
- Ana Maria Duarte: Socióloga, Universidade do Minho
- São José Almeida: jornalista do Público
- Sandra Monteiro: jornalista do Monde Diplomatique
- Alexandra Figueira: jornalista
- Regina Guimarães: escritora
- valter hugo mãe: escritor
- Tiago Gillot: Precários Inflexíveis
- José Soeiro: Sociólogo e activista do MayDay
- Luísa Moreira: activista do MayDay

- Luís Silva: activista do MayDay

24 setembro 2009

"2 anos a FERVEr" na RTPN



O FERVE estará hoje, 24 de Setembro, cerca das 9h45, na RTPN para apresentar o livro "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade".

23 setembro 2009

HOJE::23 Setembro::Acção da ABIC


A ABIC convida-vos a apoiar e a comparecer na concentração que decorrere hoje, 23 de Setembro, em frente à Assembleia da República, em Lisboa. Após vários anos de luta, os bolseiros de investigação em Portugal continuam sem ver reconhecidos os direitos fundamentais inerentes ao desempenho de uma actividade profissional.

Em Portugal, os bolseiros:
- não vêem aumentadas as suas retribuições mensais (i.e. as suas bolsas) desde 2002 (ano do último aumento), o que significa uma perda de poder de compra de cerca de 20% em sete anos;- não são abrangidos pelo regime geral da Segurança Social (apenas com direito ao seguro social voluntário no escalão mínimo);
- não têm direito a subsídios de férias e de Natal, ou a subsídio de desemprego;- não vêem reconhecido o seu estatuto de trabalhadores, não tendo por isso acesso aos direitos que esse estatuto consagra.

Muitos bolseiros continuam ainda a assegurar necessidades permanentes das instituições, sendo essenciais ao seu funcionamento. Apesar disso, e embora muitos deles não estejam em formação, não lhes é reconhecido o estatuto de trabalhadores. Assim, a ABIC convocou um protesto de bolseiros, que decorrerá no próximo dia 23 de Setembro (4ª Feira), pelas 17 horas, em frente à Assembleia da República, em Lisboa. A concentração terá como mote 'Investir em Ciência é investir em quem a faz!'.

Pretende-se, com esta iniciativa:
(i) que todos os partidos políticos candidatos às eleições de 27 de Setembro se manifestem, se comprometam e/ou apoiem as legítimas reivindicações dos bolseiros de investigação em Portugal,
(ii) sensibilizar a sociedade civil, as organizações sindicais e todos quantos se solidarizam com os bolseiros de investigação, para as condições sócio-laborais em que se encontram muitos cientistas em Portugal.

Porque é tempo de mostrar reconhecimento por todos os que seguem uma carreira científica no nosso país, juntem-se a nós! A presença de todos é fundamental!

Direcção da ABIC.

LIVRO: "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade"


DEBATE DE LANÇAMENTO (Braga)

Dia: 24 Setembro, quinta-feira
Horário: 21h45
Local: Velha-a-Branca, Braga (Largo Senhora-a-Branca, 23)

Oradoras/es:
- Cristina Andrade: co-fundadora do FERVE
- Henrique Borges: Sindicato dos Professores do Norte
- Amarante Abramovici: activista contra a precariedade
- Luís Silva: activista contra a precariedade

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Há cerca de dois anos, surgiu, no Porto, o FERVE - Fartas/os d'Estes Recibos Verdes. Tínhamos como objectivo denunciar situações de uso abusivo de recibos verdes e promover um espaço de debate acerca desta realidade laboral. Designámos este fenómeno como 'falsos recibos verdes'; um fenómeno que atinge 900 mil pessoas em Portugal, ou seja, quase 1/5 das/os trabalhadores/as em Portugal.

Ao longo destes dois anos, temos colaborado na visibilização, denúncia e dinamização de diversas lutas, cuja persistência tem trazido para a praça pública a discussão sobre esta condição laboral.

Assinalamos dois anos de existência constatando que a expressão 'falsos recibos verdes' está ganha mas a sua existência persiste.
Assinalamos dois anos num momento em que a precariedade alastra no mercado laboral português.
Assinalamos dois anos quando Portugal regista a mais alta taxa de desemprego dos últimos anos.

Optámos, assim, por assinalar estes dois anos de luta com a edição de um livro onde se cruzam testemunhos de vidas precárias, reflexões de activistas contra a precariedade, intervenções de investigadores/as, jornalistas e sindicalistas.

"2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade" é o título deste livro de 130 páginas, editado pela Afrontamento, que conta com dez testemunhos de trabalhadores/as a recibos verdes, ilustrados por Catarina Falcão, Chico, Gémeo Luís, Isabel Lhano, João Alves, Luís Silva, Paulo Anciães Monteiro, Rui Vitorio dos Santos.

O livro "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade", conta também com as contribuições de:

- Carvalho da Silva: Secretário Geral da CGTP-IN
- Henrique Borges: Sindicato dos Professores do Norte e membro da CGTP
- Elísio Estanque: Sociólogo - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
- Castro Caldas: Economista - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
- Sofia Cruz: Socióloga - Faculdade de Letras, Universidade do Porto
- Ana Maria Duarte: Socióloga - Centro de Estudos Sociais, Universidade do Minho
- São José Almeida: jornalista do Público
- Sandra Monteiro: jornalista do Monde Diplomatique
- Alexandra Figueira: jornalista
- Regina Guimarães: escritora- valter hugo mãe: escritor
- Tiago Gillot: Precários Inflexíveis
- José Soeiro: Sociólogo e activista do MayDay
- Luísa Moreira: activista do MayDay
- Luís Silva: activista do MayDay

21 setembro 2009

Reportagem sobre precariedade no DN


A maioria dos dois milhões de trabalhadores precários tem menos de 30 anos, tornando o problema do emprego um dos mais expressivos para os jovens. Especialistas alertam para o medo e frustração que a instabilidade laboral provoca nesta população. Mas muitas áreas se cruzam quando se fala de juventude, por isso, a Secretaria de Estado tem apostado na ligação entre os vários ministérios.

"Os jovens têm o problema do emprego, da formação profissional e da saúde que lhes são próprios." O diagnóstico é feito por Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e do Desporto.

Por considerar que a juventude é transversal, o governante apoiou a constituição de uma comissão interministerial da juventude, através da qual foram dadas a conhecer petições e preocupações dos jovens aos vários ministérios. Da reunião destas áreas resultaram alguns programas dirigidos aos jovens, como o Cuida-te - que trata da educação para a saúde -, ou o INOV-Jovem, um apoio ao primeiro emprego, explica Laurentino Dias.

De facto, a relação dos jovens com o mundo do trabalho não tem sido fácil. Dos dois milhões de trabalhadores precários existentes em Portugal, a maioria tem menos de 30 anos e dos mais de 500 mil desempregados, 65 mil têm menos de 25 anos.

"Há uma ideia perniciosa em relação à precariedade que é a de ser uma situação normal e ainda mais quando se é jovem", critica Cristina Andrade, um das fundadoras do movimento Ferve (Fartos d'Estes Recibos Verdes). A líder do movimento, que nasceu durante este Governo, defende que "o mercado de trabalho não deve ser um calvário, onde as pessoas primeiro têm de merecer a confiança dos empre- gadores para depois terem um contrato".

Também Arménio Carlos, da CGTP, sublinha que "as alternativas dadas aos jovens pelas empresas são o trabalho precário ou o desemprego". O dirigente sindical recorda ainda que "a precariedade dos jovens é a antecâmara do desemprego. Até porque 60% dos desempregados são trabalhadores que não viram o seu contrato renovado".

Uma situação que é também denunciada pelo especialista em relações laborais Elísio Estanque, que lembra como a lei dos recibos verdes foi desvirtuada. "Milhares de trabalhadores, sobretudo os recém entrados no mercados de trabalho, permaneciam anos a fio nesse regime, desvirtuando o espírito da lei e fazendo crescer a precariedade. Para além dos recibos verdes, também os contratos não permanentes (ou a termos certo) se inseriram nesta mesma lógica", adianta.

No entanto, o sociólogo da Universidade de Coimbra não deixa de alertar para os efeitos sociais deste problema. Existe uma "grande frustração para aqueles que investiram na sua qualificação na expectativa de alcançarem um emprego digno e compensatório". Já do ponto de vista social "gera-se insatisfação, mal-estar e desmotivação pelo trabalho, acentuando o pessimismo e também o 'individualismo negativo' suportado por sentimentos de ansiedade e de medo", acrescenta Elísio Estanque.

Atendendo aos desafios que os mais jovens enfrentam, Laurentino Dias aconselha um maior diálogo com eles. "O próximo Governo deverá enveredar ainda mais por este caminho de encontrar com os jovens as soluções para as políticas mais relevantes para uma juventude mais integrada na sociedade".

Podem ler este artigo do Diário de Notícias
aqui.

16 setembro 2009

COMUNICADO DAS/OS JURISTAS AVENÇADAS/OS DA ACT


O FERVE expressa a sua total solidariedade para com a luta das/os trabalhadoras/es a recibos verdes da Autoridade para as Condições de Trabalho.

Esta situação é tão mais grave por se tratar de uma ilegalidade contratual implementada pela entidade que tem como função vigiar e punir as ilegalidades contratuais.

Como tal, a ilegalidade a que estas pessoas estão sujeitas configura o espelhar de uma inaceitável falta de vontade política e absoluta desresponsabilização governamental para fazer cumprir e implementar a lei.


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COMUNICADO DAS/OS JURISTAS A RECIBO VERDE DA ACT

Temos percebido que após a abertura do concurso pouco tem sido dito sobre a caricata existência de recibos verdes na ACT, no entanto, continuamos a existir e ao que tudo indica permaneceremos nas mesmas condições até a conclusão do concurso, no qual não temos qualquer garantia de aproveitamento da nossa experiência profissional, face as condições previstas no edital.

A existência de um concurso para admissão de técnicos não faz desaparecer o que foi feito e mantido por anos pelo actual Inspector Geral do Trabalho, que na sua gestão (apesar dele afirmar o contrário) celebrou contratos de avenças para assegurar necessidades permanentes e regulares da então IGT, actual ACT.

Ao contrário do que tem afirmado, as avenças foram celebradas pelo Dr. Paulo Morgado em Fevereiro de 2005, portanto, não foi um “problema” herdado, mas sim criado pelo próprio. Se ele (IGT) contesta o facto dos avençados cumprirem horário, não pode negar que esses técnicos integram a estrutura hierárquica da ACT e que asseguram, há anos, necessidades essenciais e permanentes dos Serviços, razão pela qual não podemos ficar indiferentes quando o presidente da ACT anuncia que resolveu a questão dos recibos verdes, se na verdade foi o próprio que perpetuou essa prática por todos esses anos. A abertura de um concurso não faz desaparecer essa realidade.

Os técnicos actualmente em funções continuam no mesmo regime e a assegurar as mesmas necessidades dos Serviços, e o que é pior, agora sem nenhuma perspectiva de alteração desse vínculo, uma vez que o concurso não prevê a contratação de técnicos para determinados Centros Locais (que hoje contam com avençados em funções) e em outros casos reduz significativamente o número desses técnicos.

Do edital do concurso é possível constatar que não há qualquer intenção de regularizar a situação dos avençados mas apenas a de suavizar os contornos (como se isto fosse possível) de uma realidade que é facilmente constatada em qualquer serviço descentralizado da ACT. No entender do inspector geral do trabalho, resolver a “questão dos recibos verdes” é simplesmente deitar fora a experiência de anos sem o reconhecimento do vínculo passado.

A imagem da ACT (espelhada na pessoa do Sr. IGT) e a sua autoridade não podem ser restauradas através de um concurso que está a ser realizado apenas para fazer desaparecer uma situação que hoje se mostra incómoda ao seu criador.

Se é esta a perspectiva que a actual Autoridade tem do seu papel social enquanto empregador, o que dizer às empresas? Como aplicar uma coima a uma empresa numa situação de falsos recibos verdes quando o próprio Dr. Paulo Morgado vem a público sustentar que o avençado é um verdadeiro recibo verde pelo único facto de ter assinado um contrato de prestação de serviços?

Caricato, não?

Se isto é invocado pelo dirigente máximo da entidade responsável pela fiscalização nessa matéria, é óbvio que passa a ser um argumento legítimo em defesa das empresas autuadas por essa mesma entidade. Perante tudo isto poderá a simples abertura de um concurso restaurar a Autoridade?

Parece-nos que não.

Juristas avençados da ACT

11 setembro 2009

Livro "2 anos a FERVEr": locais de venda

EM TODO O PAÍS: FNAC Portugal


LISBOA:
Livraria Escolar Editora - Faculdade de Letras
Livraria Tecnociência - ISP
Livraria Escolar Editora - Campo Grande -
Livraria Pó dos Livros
Livraria Oficina do Livro - Rossio
Livraria Barata
Livraria Trama
Livraria Portugal
Livraria UCP - Universidade Católica
Livraria Multinova
Livraria Clepsidra - Massamá - Lisboa


COIMBRA:
Coimbra Editora - Rua Ferreira Borges
Papelaria 115


ÉVORA:
Livraria Na Sombra dos Livros
Livraria Nazareth
Livraria Salesiana
Livraria D. Pepe


LEIRIA:
Livraria Boa Leitura
Livraira Arquivo
Livraria Americana

Casa Descalça - Rua Machado dos Santos, 49 - Ponta Delgada, Açores

Porto Editora - Rua da Restauração - Porto

Livraria Papelaria Espaço - Algés

Livraria Obras Completas - Carnaxide

Livraria Obras Completas - Miraflores

Livraria Caminho - Santarém

Papelaria União - Torres Vedras

Livraria Plantier - Mem Martins

Livraria Galileu - Cascais

Livraria Lupynand - Beja

Livraria Escriba - S. Domingos de Rana

Livraria Delicato - Torres Novas

Livraria Papelaria Culsete - Setúbal

Livraria Minerva - Póvoa de Varzim

Livraria Ao Pé das Letras - Tomar

Livraria Fonte das Letras - Montemor-o-Novo

LIVRO: "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade"




DEBATE DE LANÇAMENTO:



Dia
: 15 Setembro, terça-feira


Horário: 22h00


Local: FNAC do NorteShopping, no Porto.



Oradoras/es
:



- Henrique Borges: Sindicato dos Professores do Norte

- Alexandra Figueira: jornalista

- Cristina Andrade: co-fundadora do FERVE
- Luísa Moreira: activista contra a precariedade




Há cerca de dois anos, surgiu, no Porto, o FERVE - Fartas/os d'Estes Recibos Verdes.

Tínhamos como objectivo denunciar situações de uso abusivo de recibos verdes e promover um espaço de debate acerca desta realidade laboral. Designámos este fenómeno como 'falsos recibos verdes'; um fenómeno que atinge 900 mil pessoas em Portugal, ou seja, quase 1/5 das/os trabalhadores/as em Portugal.

Ao longo destes dois anos, temos colaborado na visibilização, denúncia e dinamização de diversas lutas, cuja persistência tem trazido para a praça pública a discussão sobre esta condição laboral.

Assinalamos dois anos de existência constatando que a expressão 'falsos recibos verdes' está ganha mas a sua existência persiste.
Assinalamos dois anos num momento em que a precariedade alastra no mercado laboral português.
Assinalamos dois anos quando Portugal regista a mais alta taxa de desemprego dos últimos anos.

Optámos, assim, por assinalar estes dois anos de luta com a edição de um livro onde se cruzam testemunhos de vidas precárias, reflexões de activistas contra a precariedade, intervenções de investigadores/as, jornalistas e sindicalistas.

"2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade" é o título deste livro de 130 páginas, editado pela Afrontamento, que conta com dez testemunhos de trabalhadores/as a recibos verdes, ilustrados por Catarina Falcão, Chico, Gémeo Luís, Isabel Lhano, João Alves, Luís Silva, Paulo Anciães Monteiro, Rui Vitorio dos Santos.

O livro "2 anos a FERVEr: retratos da luta, balanço da precariedade", conta também com as contribuições de:

- Carvalho da Silva: Secretário Geral da CGTP-IN
- Henrique Borges: Sindicato dos Professores do Norte e membro da CGTP
- Elísio Estanque: Sociólogo - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
- Castro Caldas: Economista - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra
- Sofia Cruz: Socióloga - Faculdade de Letras, Universidade do Porto
- Ana Maria Duarte: Socióloga - Centro de Estudos Sociais, Universidade do Minho
- São José Almeida: jornalista do Público
- Sandra Monteiro: jornalista do Monde Diplomatique
- Alexandra Figueira: jornalista
- Regina Guimarães: escritora
- valter hugo mãe: escritor
- Tiago Gillot: Precários Inflexíveis
- José Soeiro: Sociólogo e activista do MayDay
- Luísa Moreira: activista do MayDay
- Luís Silva: activista do MayDay

Bruno Nogueira: "o recibo verda já falecia, não?"


Na rubrica Tubo de Ensaio, de Bruno Nogueira, emitida na TSF, foi abordado o tema do 'flagelo dos recibos verdes'.

Podem ouvir aqui.

Colaboração em investigação

Recebemos um pedido de colaboração com uma investigação que está a ser desenvolvida no Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa por Vera Borges, doutorada em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales e Universidade Nova de Lisboa.


"Vivendo e trabalhando como artista nas áreas do teatro, dança e música" é o nome deste estudo, para o qual são necessárias colaborações de músicos/compositores, encenadores/actores e bailarinos/coreógrafos, que poderão preencher os questionários online, através dos links apresentados de seguida.

Bailarinos e coreógrafos

09 setembro 2009

Voluntárias/os para estudo





Recebemos um pedido para colaboração no estudo "Necessidades em Portugal: Tradição e Tendências Emergentes", que está a ser desenvolvido pela TESE - Associação para o Desenvolvimento, em parceria com o Instituto da Segurança Social e com a Fundação Calouste Gulbenkian,
tendo como coordenação científica o Centro de Estudos Territoriais do ISCTE.

Para tal, necessitam-se voluntários/as para entrevistas, que serão anónimas e confidenciais. As pessoas entrevistadas deverão ter as seguintes características:

- entre os 25 e os 64
- deverão coabitar e ter com filhos
- qualquer habilitação académica

OU

- entre os 25 e os 64 anos
- viver sozinhas
- habilitações literárias iguais ou inferiores ao 12º ano.

Agradecemos a disponilidade de quem puder participar! Poderão contactar as investigadoras Sara Almeida e/ou Marta Martins através dos seguintes endereços de correio electrónico:

07 setembro 2009

COCKTAIL INTERMITENTE


Na próxima quarta-feira, dia 9 de Setembro, às 18h00, a Plataforma das/os Intermitentes do Espectáculo promove, em Lisboa, um Cocktail Intermitente.


Esta iniciativa tem como objectivo alertar para a siituação de despeotecção social em que estas/es trabalhadoras/es se encontram, por força da intremitência que é inerente à sua actividade profissional e que não se encontra convenientemente protegida.

O FERVE está solidário com esta causa e com a luta destas/es trabalhadoras/es! Apresentamos de seguida o comunicado da Plataforma das/os Intermitentes do Espectáculo:



A Plataforma dos Intermitentes formou-se em 2006 para chamar a atenção para a ausência de legislação sobre o regime laboral dos profissionais das Artes do Espectáculo e do Audiovisual e para a consequente precariedade vivida no sector.

Nos três últimos anos, reunimos com todos os grupos parlamentares e o Governo; apresentámos e discutimos propostas sobre um possível enquadramento jurídico adequado às diferentes actividades profissionais. Este esforço revelou-se inglório.

Foi aprovada uma Lei para os Profissionais das Artes do Espectáculo que não enquadra o carácter descontínuo, temporário e irregular das actividades e que marginaliza todas as profissões técnicas e técnico-artísticas.

Assim, os profissionais continuam num sistema injusto, sem direitos legítimos como o subsídio de desemprego, responsáveis pelo seguro de acidentes de trabalho e sem um regime de segurança social adequado aos seus rendimentos e que os proteja.

No dia 9 de Setembro de 2009, às 18h00, iremos realizar o COCKTAIL INTERMITENTE, no bar esplanada das piscinas de São Bento, em Lisboa (Rua de São Bento, 209). Estarão presentes os profissionais do espectáculo e do eudiovisual, dos diferentes sectores: cinema, circo, dança, música, teatro e televisão.

Será feita a leitura de um comunicado, contextualizando a situação destes profissionais, e oradores falarão da situação de cada um dos sectores e de situações específicas que os atingem. Este evento cocktail será animado pelo Dj Nuno Lopes e DjMute.

Esta é uma data importante que marcará o início de uma nova luta, exigindo que o próximo Governo, independentemente da cor política, faça uma revisão urgente da Lei4/2008, de forma a incluir as características fundamentais das actividades destes profissionais e o acesso a um regime que os proteja e dignifique.

Não nos conformamos e não aceitamos como natural a precariedade em que nos encontramos e que continua a alastrar-se em todos os sectores. Para investir no sector da Cultura, é necessário investir nas condições de trabalho e na protecção dos seus profissionais.

Os profissionais do espectáculo e do audiovisual não podem continuar a ser ignorados.

O Governo não pode cometer a injustiça de, uma vez mais, nos votar ao esquecimento.

06 setembro 2009

Testemunho: experimenta design/CocaCola

Todos vocês já devem ter visto na televisão, a última publicidade da Coca-Cola Light. Nesta é pedido aos telespectadores para trocarem um objecto que tenham em casa, por uma Coca-Cola Light. O objectivo desta troca é que estes objectos sejam transformados (recriados) por designers portugueses. Como objectivo desta campanha, estes objectos transformados irão estar numa exposição na Experimenta Design 2009, a realizar agora em Setembro próximo.

Eu fui uma das designers convidadas, juntamente com mais nove designers para recriarmos os tais objectos. Até aqui, tudo bem. O conteúdo deste projecto até parecia bem interessante. Quando confrontei a direcção da Experimentadesign/Coca Cola Light sobre a remuneração/pagamento aos designers pela execução deste trabalho, a resposta como eu diria de um modo simples e rápido: foi mais do mesmo.

Estas entidades no seu ponto de vista acham que os designers já se deveriam sentir lisonjeados por serem convidados e que este convite irá enriquecer o seu curriculo. Ora isto até pode ser verdade....mas não se trata aqui também da prestação de um serviço?

Entidades que nem sequer pagam a produção/materiais dos ditos objectos, deslocações dos designers, etc...etc...etc...Não será isto pedir demais? Terão os designers ainda de pagar para realizar o seu trabalho?

A maioria das pessoas em qualquer área não é paga por realizar trabalho X, para determinada entidade? Pergunto uma vez mais...o que se passa com o design em Portugal? Os designers portuguses não têm valor suficiente para que não possam ser pagos? E não refiram a falta de verba...uma marca internacional como a Coca Cola, que publicitou esta campanha em Televisão, revistas, rádios, etc...não pensou que os designers que iriam recriar os ditos objectos também deveriam ser pagos? Será que foi um lapso de memória? Ou nem se colocou essa questão?

Aquela velha frase que tantos nós já ouvimos " os designers são aqueles tipos que fazem uns bonecos..." Parece que realmente corresponde á perspectiva que estas entidades têm dos designers.

E vendo a questão por outro prisma? Os designers convidados para a campanha também não darão eles por si só ainda mais mérito a esta campanha? Todos os designers convidados não são ilustres desconhecidos do panorama do design nacional. Já deram provas do seu trabalho a nível nacional e internacional. Com toda a certeza que serão uma mais valia para toda esta campanha.

Mais informo que não participarei neste projecto por todas as razões que descrevi acima.


Participar agora no projecto da Coca Cola Light seria ir contra os meus principios.Também penso que cada vez que um designer aceita trabalhar a preço ZERO é também ir contra a nossa classe e pôr em causa o trabalho e o valor da mesma.Penso que assim nos desvalorizámos a nós e ao nosso trabalho enquanto designers.

Design isn´t charity, é trabalho. E todo o trabalho justo deveria ser remunerado.

Seria interessante também percebermos o que se passa nas outras áreas. Gostava de ouvir o vosso feed back, designers ou não designers.

05 setembro 2009

Testemunho: Gripe A

Nestes tempos em que o vírus da gripe A (h1n1) tem enchido as capas de jornais e surgido insistentemente nas televisões que vão dando destaque a medidas de contenção e de combate a esta pandemia, há uma questão que me tem sobressaltado e sobre a qual ninguém tem falado: o Ministério da Saúde tem vindo a dar alguns conselhos para quem apresenta sintomas, mesmo que ligeiros, como ficar em casa de quarentena e ligar para a linha Saúde 24. Tudo muito bem mas, mesmo desconhecendo o real perigo desta gripe, parece-me alarmante uma situação: então e os precários?
Sabendo que as estimativas mais optimistas apontam para que um em cada cinco trabalhadores portugueses sejam precários, não tendo por isso direito a baixa médica, espera a ministra da saúde que esses trabalhadores fiquem em casa por causa de uma febrezinha ou de uns vómitos quando, faltando ao seu emprego, podem ficar sem ele? Se pensa isso, é porque não sabe o que é estar a recibo verde, não sabe o que é ser “trabalhador independente” (assim mesmo, com aspas) no nosso país.

Conhecendo casos de pessoas que trabalharam até ao último dia de gravidez, que toleraram uma apendicite, mesmo outras gripes e muitas outros males, não será de supor que mandem às urtigas os conselhos da Dr.ª Ana Jorge?

Também já foram identificados alguns grupos prioritários para a vacinação contra esta gripe, “grupos de risco” como professores, auxiliares de acção educativa, médicos e enfermeiros, etc. Aqui também surge uma questão: serão vacinados apenas os trabalhadores com vínculo ao quadro ou terão igual tratamento os inúmeros “trabalhadores independentes” com contratos de prestação de serviço celebrados com o Estado Português. Por exemplo, os formadores do IEFP e dos Centros de Novas Oportunidades ou as pessoas que estão em Programas Ocupacionais, com quantas pessoas estão em contacto num dia normal de trabalho? Dá que pensar…

E quem será, em última análise o responsável pelo contágio de outros trabalhadores? O precário, que tem que sujeitar a estas condições para poder comer? Ou os patrões e o governo que mantém esta exploração há tempos demais?

Testemunho: arquitectura

Sou arquitecta e, há tempos, escrevi um testemunho acerca da precariedade em que vivi durante cinco longos anos a recibos verdes. Foram anos sem qualquer entusiasmo, apenas sob muita pressão, angústia, descriminação e revolta com o sistema que não nos protege. Recordo que descontava, até agora, metade do meu salário para o Estado, "para ter os meus direitos"; só me pergunto quais? Provavelmente desconto para dar mais uns rendimentos mínimos a quem vive de férias o ano inteiro, a passear-se pelos cafés e a criar vícios, porque não precisa de trabalhar, porque cansa... E assim a vida é bela; temos de trabalhar uns para os outros!

Trabalhei durante estes anos num ambiente do pior. Chegava ao ponto de pouco dormir e me sentir doente quando acordava, só de saber que tinha de ir para lá, porque já se tornara um grande sacrifício, mas tinha de ser porque precisamos e porque tinha a "sorte" de poucos, por estar a trabalhar na minha área.

Sempre dei o meu melhor e tudo fiz para agradar, o que nem sempre é fácil, mas sempre, sempre, com alguém prepositadamente a tentar afectar-me de alguma forma, através de chantagem psicológica, ameaças, descriminação sexual, atingindo diversas vezes a minha dignidade.
Muitas vezes me senti a chegar à exaustão e pensava que não aguentava mais e que tinha que sair dali, pois já começava a colocar em causa a minha própria saúde e os meus princípios, mas sem alternativas e com o desemprego que há, fui aguentando...

Até que, um mês antes de partir para férias, me falam em "segredo" na possibilidade de ser dispensada por causa da crise e tal e perguntei "porquê eu?"

E a resposta cobarde foi: "eu sou contra, mas acho que é por seres mulher".

A minha vontade era denunciar tudo. Isto criou-me uma maior revolta e, durante este período lutei com todas as forças, que as arranjei nem sei como, para mais uma vez manter a minha postura e afirmação lá dentro e ainda tive um momento de glória, pois a era de engolir todos os sapos vivos já tinha acabado e o meu estado de espírito era para lutar contra quem fosse, já estava por tudo, mas também não me iam calcar mais...
Depois chegam as férias. Ainda fui trabalhar durante um periodo mas ninguém me dizia nada... Imaginam o meu estado de espírito e de ansiedade, que fiz questão de dizer: "isto não se faz!" Pensei que iriam dizer-mo quando regressasse ou então aproveitavam mais meio mês de Agosto (porque não era pago) e depois adeus; queriam fazer-me sofrer e gozar até à ultima, não há nada pior que a incerteza....

Só que felizmente, depois de tanto que passei, tive a felicidade de me surgir uma boa proposta de trabalho durante as férias. Alguém viu qualidades e resolveu apostar em mim e quem disse ADEUSINHO com um sorriso de orelha a orelha fui eu!!!!

Ainda tive a dignidade, de fazer a comunicação por escrito e de a ir lá deixar, pois por muito que me tenham abalado, os meus princípios mantêm-se.

Por isso, às vezes, há males que vêm por bem... Vivia demasiado tempo na ansiedade de arranjar outro emprego, os degostos eram muitos e a frustração aumentava por não conseguir nada melhor que acabasse com aquele tormento.

E agora, quando já não tinha grande esperança e andava desanimada com tudo, a oportunidade surgiu. Acho que aguentei para além da conta e não podemos deixar que nos calquem ou que tentem passar por cima dos nossos valores. Ninguém tem esse direito. Há coisas que temos que preservar, senão, quando dermos conta, deixámos de ser quem éramos.

03 setembro 2009

Trabalhador em greve de fome

Um trabalhador precário, recentemente 'despedido', inicia hoje, quinta-feira, uma greve de fome, em Porto Salvo.

Em causa está o facto de este trabalhador ter sido afastado da Vantis Tecnologias de Informação, empresa com a qual colaborou durante dois anos, ao longo dos quais trabalhou na operação dos sistemas informáticos do BPN (Banco Português de Negócios) e do BANIF.

Com jornadas de trabalho que ascendiam por vezes às dezoito horas, este trabalhador foi afastado quando afirmou sentir-se cansado.

Como milhares de outros/as trabalhadores/as, esta pessoa encontra-se sem qualquer apoio social no desemprego.