30 setembro 2008

CENSOS 2011: 'falsos' recibos verdes tratados como trabalhadores por conta de outrem

O FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes apresenta a sua total discordância relativamente ao facto de o manual para a elaboração do Censos 2011 prever que:

"Os indivíduos que recebam através dos chamados "recibos verdes" serão classificados na modalidade "Trabalhador por conta de outrem" desde que se verifiquem as seguintes condições: local de trabalho fixo dentro de uma organização, subordinação hierárquica efectiva e horário de trabalho definido. Caso estas condições não se verifiquem serão incluídos na modalidade "Trabalhador por conta própria." (página 110 do manual).

Tendo em conta que, em Portugal, existem cerca de um milhão de trabalhadores/as a recibos verdes, a esmagadora maioria dos quais sendo 'falsos' trabalhadores independentes, o FERVE considera que a designação proposta pelo INE irá mascarar os números e claramente ludibriar a realidade.

Para protestar, podem enviar uma mensagem de correio electrónico para o seguinte endereço: censos2011teste@ine.pt



15 setembro 2008

Marcha Contra a Precariedade

O FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes foi convidado a participar na Marcha Contra a Precariedade, organizada pelo Bloco de Esquerda.

A participação do FERVE irá ter lugar no Porto, na próxima sexta-feira, dia 19 de Setembro.

Todos/as quantos/as possam e/ou queiram ajudar na preparação, devem enviar-nos uma mensagem para grupoferve@gmail.com.

Caso pretendam participar na Marcha, poderão integrá-la em qualquer ponto do seu percurso:

15h00: Passagem pelos call-centers da TMN, Vodafone e PT, na Avenida da Boavista.
18h00: Intervenções na Rua de Santa Catarina.

Às 21h30, na Junta de Freguesia do Bonfim, haverá uma festa, com projecção de vídeos, animação e debates.

Recordamos que o FERVE é um movimento apartidário, disponível para participar nas iniciativas para as quais é convidado. Como tal, esta participação não reflecte qualquer ideologia partidária do FERVE.

13 setembro 2008

Testemunho

Trabalho há cerca de 4 anos a recibo verde para a mesma empresa, com horário fixo (08h00-17h00), o que pode ser comprovado, uma vez que picamos o ponto. Muitas vezes trabalhei aos sábados e fora de horas, sempre que preciso.

Neste período, houve uma interrupção de cerca de seis meses em que não trabalhei para esta empresa, mas desde que voltei, já lá vai mais de um ano.

Muitas vezes, levei a minha filha comigo para o trabalho, dias a fio, quando ela adoecia, uma vez que não temos direitos sociais, nem tão-pouco podia prescindir de não receber aqueles dias de trabalho, com um ordenado que não chega aos 500 euros.

Desempenhei as funções nas instalações da empresa, com material da empresa, respondia perante um chefe, passava os recibos mensalmente, sempre a mesma quantia, e assinava um "papel" oficioso em como tinha recebido o dinheiro.

Gozava férias, mas não recebia quaisquer subsídios, apenas não deixavam de me pagar o respectivo mês.

Na passada segunda-feira, foi-me comunicado oralmente pelo meu chefe que iria ser despedida a partir do próximo dia 20.