31 janeiro 2008

A entrega da petição na RTP

O movimento FERVE - Fartos d'Estes Recibos Verdes, conseguiu recolher mais de cinco mil assinaturas em dois meses e entregou esta manhã uma petição na Assembleia da República.

Vídeo aqui.

A entrega da petição no jornal Sol

Jaime Gama «surpreendido, interessado e receptivo» à causa do FERVE

O FERVE (Fartos/as d'Estes Recibos Verdes) encontrou-se esta manhã com o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que recebeu as quase 5300 assinaturas recolhidas pelo movimento

Cristina Andrade e André Soares – acompanhados pelo escritor José Luís Peixoto, solidário com a causa – já entregaram as 5300 assinaturas recolhidas em prol de uma discussão da forma como os trabalhadores a recibos verdes são tratados em Portugal.

Em declarações ao SOL, Cristina Andrade, uma das fundadoras do movimento, disse que Jaime Gama ficou «interessado e receptivo a que o tema seja debatido».

Ontem, Cristina Andrade havia explicado ao SOL que o objectivo é fazer com que a questão seja debatida no Parlamento e que os trabalhadores a recibos verdes vejam os seus vínculos substituídos por contratos de trabalho.

«Os falsos recibos verdes são antes situações de trabalho prestado por conta de outrem com características em tudo subsumíveis ao conceito de contrato de trabalho, vivendo de forma dissimulada pela desoneração que os laços precários trazem para o contratante público», acusara a co-fundadora do movimento.

Para já, o primeiro objectivo encontra-se bem encaminhado, pois as 5300 assinaturas – mais 1300 que as legalmente exigidas – obrigarão os deputados a discutir o tema em comissão de trabalho.

Segundo Cristina Andrade, Jaime Gama terá ficado surpreendido com a quantidade de assinaturas recolhidas e com a metodologia usada. A mentora explica que os subscritores fizeram o download da petição, assinaram e enviaram via postal para o apartado do FERVE.

O sucesso da recolha, que até poderia ser comprometido por uma eventual complexidade na participação, «demonstra o descontentamento dos trabalhadores a recibos verdes», justifica Cristina Andrade.

Texto: Igor de Sousa Costa

O FERVE na Agência Lusa, citado no Expresso

Recibos Verdes: FERVE entrega petição com 4.800 assinaturas na AR para acabar com "falsos" vínculos

Lisboa, 31 Jan (Lusa) - O movimento FERVE (Fartos/as d'Estes Recibos Verdes) entregou hoje na Assembleia da República (AR) uma petição com cerca de 4.800 assinaturas que visa acabar com os "falsos recibos verdes" na função pública.

Na audiência com Jaime Gama, presidente da AR, o FERVE explicou que os trabalhadores vinculados por um "falso recibo verde" desempenham funções semelhantes àqueles que têm um contrato de trabalho mas não têm acesso aos mesmos direitos sociais.

"Têm a seu encargo a responsabilidade de pagarem o seguro de trabalho, a segurança social e de fazerem os descontos de IRS, mas não têm direito a subsídio de férias nem de desemprego", explica o FERVE no seu blogue.

Para Cristina Andrade, psicóloga e fundadora do movimento, este vínculo através de recibo verde "condiciona todas as decisões, mesmo a de ter filhos, porque apesar de ser concedida licença de maternidade, o despedimento é o mais provável".

A responsável do FERVE contou à agência Lusa que "durante a recolha de assinaturas para a petição houve quem não quisesse assinar porque como estava 'a recibos verdes' tinha medo de ser despedido".

Para que uma petição seja debatida em plenário na Assembleia da República são necessárias pelo menos 4.000 assinaturas.

André Soares, jornalista e também ele fundador do FERVE, explicou à Lusa que os signatários da petição querem "que a AR legisle para acabar com 'falsos recibos verdes' e que a discussão seja aberta dentro dos diferentes grupos parlamentares, para que envolva os cidadãos".

Para André Soares, é essencial dar essa "visibilidade à questão, uma vez que há muita gente a pensar 'mais vale ter um trabalho do que não ter nenhum', abrindo a porta a uma nova escravidão".

Além de elementos do FERVE, estiveram reunidos com Jaime Gama o escritor José Luís Peixoto e João Pacheco, jornalista e fundador de um outro movimento contra a precariedade laboral, os Precári@s Inflexíveis.

"Estão a ser subtraídos direitos pelos quais se lutou durante décadas e que são conquistas sociais enormes", explicou José Luís Peixoto, que se solidarizou com o FERVE, apesar de ser um trabalhador independente.

O escritor considera que "todas as pessoas devem falar sobre o problema dos recibos verdes", estando ou não nessa situação: "é algo que toca a toda a sociedade e não sabemos que consequências terá no futuro".

André Soares defende que o "Estado deve servir de exemplo" e que é necessário "um aumento da inspecção, uma vez que assistimos a um sentimento de impunidade por parte dos patrões".

Segundo o FERVE, são mais de dois milhões as pessoas a trabalhar a recibos verdes, sendo que cerca 900 mil são "falsos recibos verdes".


Nota do FERVE: Foram recolhidas 5257 assinaturas válidas.

Entrega da petição

Hoje, quinta-feira, dia 31 de Janeiro, foi entregue na Assembleia da República a petição promovida pelo FERVE – Fartos/as d’Estes Recibos Verdes.

Ao longo de dois meses, graças ao meritório esforço de todos/as quantos/as se solidarizaram com esta causa, foram recolhidas 5257 assinaturas válidas, em papel, provenientes de Portugal e do estrangeiro.

O resultado deste esforço foi entregue ao Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, numa audiência que contou com a presença do FERVE e também de João Pacheco (jornalista e membro dos Precári@s Inflexíveis), Ana Sofia Roque (Precári@s Inflexíveis) e José Luís Peixoto (escritor).
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Eis o texto da petição:

PETIÇÃO À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA PARA NEUTRALIZAR A UTILIZAÇÃO DOS DENOMINADOS “FALSOS RECIBOS VERDES”

Os/As signatários/as desta petição solicitam à Assembleia da República, enquanto órgão constitucional representativo dos/as cidadãos/ãs portugueses/as, e ao abrigo da sua função de controlo, que, desencadeie e incremente as acções tendentes a corrigir todos os vínculos laborais constituídos directamente com a Administração Pública a recibos verdes, pela consideração de que, embora designados como prestações de serviço tout court, respeitadores dos regimes de contratação pública em vigor, são antes trabalho prestado por conta de outrem com características em tudo subsumíveis ao conceito de “contrato de trabalho”, vivendo de forma dissimulada pela desoneração que os laços precários trazem para o contratante público.

Defendem os/as signatários/as que cabendo à Assembleia da República, de acordo com o texto constitucional, a vigia do cumprimento da lei, lhe são devidos todos os actos de controlo da preservação dos institutos jurídicos da legislação portuguesa e, concretamente do cumprimento pela Administração Pública das normas jurídicas em vigor.

No universo laboral português, há milhares de pessoas que são contratadas para exercer funções
em entidades públicas, sendo para tal recrutadas como trabalhadores/as independentes. Esta situação permite o seu fácil despedimento, sem que tenham direito a receber subsídio de desemprego e habilita o Estado a demitir-se de lhes assegurar o pagamento de subsídios de Natal e de Férias.

Consideramos que o Estado tem de se afirmar como um garante da legalidade e, no que concerne à contratação laboral, constituir-se como exemplo a seguir pelas entidades privadas. Neste sentido, tendo em conta que a situação dos “falsos recibos verdes” também se verifica em
entidades privadas, o Estado deve agir de forma a fazer cumprir a lei.

Pelo exposto, solicitamos que a Assembleia da República legisle no sentido de fazer com que:

1) se regularizem, com a generalização de contratos individuais de trabalho, todas as situações de uso de “falsos recibos verdes” na Administração Pública;

2) pelo aperfeiçoamento dos mecanismos legais, se incremente a actividade da Inspecção Geral da Administração do Território de modo a que esta possa ser mais eficaz na verificação da utilização de "falsos recibos verdes” por parte de entidades públicas;

3) o Estado exija às entidades com as quais trabalha ou às quais solicita serviços que estas tenham a situação laboral dos/as seus/suas trabalhadores/as regularizada, certificando-se de que não recorrem à contratação com "falsos recibos verdes”;

4) pelo aperfeiçoamento dos mecanismos legais, se reforce o poder fiscalizador da Inspecção-Geral do Trabalho para que esta possa ser mais eficaz na verificação da utilização de "falsos recibos verdes” por parte de entidades privadas.

30 janeiro 2008

O FERVE no Fórum do País, da RTPN

O programa Fórum do País, da RTPN, aborda hoje (30 de Janeiro) o tema do trabalho independente, vulgarmente conhecido como trabalho a recibos verdes.

O FERVE – Fartos/as d’Estes Recibos Verdes estará representado por Ricardo Salabert, num debate que contará também com dois testemunhos de trabalhadores a recibos verdes.

O Fórum do País é emitido em directo, entre as 23h00 e as 24h00.

O FERVE no Sociedade Civil, da RTP 2

O FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes terá uma participação no programa Sociedade Civil, da RTP 2, a ser emitido hoje, quarta-feira, entre as 14h00 e as 15h10.

“Avaliar a Função Pública” é o tema em debate neste programa que conta com Saldanha Sanches, Ana Avoila e Bruno Faria Lopes, como convidados.

Para mais informações: http://sociedade-civil.blogspot.com/

28 janeiro 2008

O FERVE no Meia-Hora

AR receberá petição contra os falsos recibos verdes

Segundo o FERVE há “900 mil pessoas, ou seja, um quinto dos portugueses”, trabalhar nesta situação. Ao Parlamento, pede que vigie e corrija a legislação.

Dois meses foi quanto bastou para o movimento FERVE (Fartos/as d’Estes Recibos Verdes) reunir 4800 assinaturas que vai levar até à Assembleia da República, na próxima quinta-feira, uma petição como intuito de pôr um ponto final nos falsos recibos verdes.

Esta petição pede ao Estado que “regule os contratos de prestação de serviços e que os assuma como são e pede mais fiscalização junto das entidades privadas”, sintetiza a co-fundadora do FERVE, Cristina Andrade, ao Meia Hora.

No documento, o movimento apela à Assembleia da República que regule “a generalização de contratos individuais de trabalho, todas as situações de uso de falsos recibos verdes na Administração Pública”, isto porque, nas palavras de Cristina Andrade, “o Estado não cumpre a lei e devia dar o exemplo”.

Já o segundo ponto da petição debate-se pelo aperfeiçoamento dos mecanismos legais e pretende que “se incremente a actividade da Inspecção-Geral da Administração do Território de modo a que esta possa ser mais eficaz na verificação da utilização de falsos recibos verdes por parte das entidades públicas”.

O movimento FERVE quer ainda que o Estado esteja a par da situação laboral dos trabalhadores das empresas com que trabalha, verificando se recorrem à contratação de falsos recibos verdes.

No que diz respeito ao último ponto, é pedido o melhoramento dos “mecanismos
legais” por forma a tornar mais activa e eficaz a Inspecção-Geral do Trabalho, “no combate aos falsos recibos verdes nas entidades privadas”.

À conversa com o Meia Hora, a responsável pelo FERVE lembra que há “900 mil pessoas, ou seja, um quinto dos portugueses a recibos verdes”. Pessoas, segundo a própria, “altamente qualificadas”. Cristina Andrade afiança que, embora se pense que esta situação abranja sobretudo trabalhadores com menos estudos ou recém-licenciados, não é isso que se passa. “Somos contactados por pessoas com muitos estudos e que estão há muitos anos nesta situação.”

Por isso, a FERVE sublinha: “Queremos que a lei seja cumprida, há incumprimento aos olhos de todos.

A entrega da petição na comunicação social

Diversos meios de comunicação social têm vindo a noticiar a entrega da petição, promovida pelo FERVE, na Assembleia da República.

Houve notícias no j
ornal SOL, na Agência Financeira, no Jornal da Madeira, na Rádio Renascença, entre outros.

Testemunho: Agência de Comunicação

Local: uma agência de comunicação algures na Maia.
Circunstâncias: eu tinha respondido a um anúncio para copywriter.

Entrevistadora: Eu chamei-a aqui, mas não por causa do anúncio. Fiquei interessada no seu currículo, mas para outras funções. Fale-me, por exemplo, do seu trabalho com a imprensa.

Nesta altura eu falei do que tinha feito: dos artigos publicados, da grande projecção que a minha anterior empresa teve graças à exposição na imprensa.

Entrevistadora: Pois, é que a estagiária que eu tenho aí... Vou ter de falar com ela, porque ela teve um mês para fazer um trabalho e não conseguiu. Tive de ser eu a pegar no telefone... [Já está a pensar em mandar a estagiária embora.] Bem, agora vamos à parte ingrata: quanto é que quer ganhar?

Eu: Bem, na minha empresa eu ganhava 1500€…

Entrevistadora (escandalizada): Nem eu, que sou directora desta empresa, ganho isso!

Eu: Eu compreendo que se tratam de empresa com dimensões completamente diferentes. Tendo isso em conta, e tendo em conta as funções a desempenhar, acho que o justo serão 1000€.

Entrevistadora (abanando a cabeça): Impossível... Impossível... Completamente impossível. Sabe, nós aqui temos uma política em que ninguém é mais importante que ninguém. O designer, por exemplo, não é mais importante que o account. Nesta empresa todos ganhamos o mesmo, inclusivamente eu. [Pergunto-me como é que se pode pagar o mesmo a toda a gente, independentemente da função e da experiência. Será que o pessoal da limpeza também ganha o mesmo? Esta mulher deve ser comunista...] Aqui todos ganhamos 750€ líquidos.

A directora da empresa a querer convencer-me que ganha 750€ por mês! Se não fosse tão triste, era a piada do ano.

Eu: Mas 750€ líquidos não está assim tão distante dos 1000€ brutos que eu lhe estava a pedir...

Entrevistadora: Espere! Não acabou por aqui. Como é lógico, eu não posso contratar ninguém sem saber se a pessoa vai corresponder às minhas expectativas ou não. Assim, todas as pessoas que aqui entram (a não ser que se trate de um sénior com 10 anos de experiência) passam por um período experimental de 3 meses em que ganham 150€.

E pronto, foi assim que fiquei a perceber de onde vinha a falta de motivação da estagiária para o trabalho.

PS - Sou licenciada em Marketing e tenho cerca de 3 anos de experiência.

Anónima

19 janeiro 2008

FERVE participa em debate

COMO FAZER TEATRO NO PORTO

“Como fazer teatro no Porto” é o tema do debate que irá hoje, segunda-feira, dia 21 de Janeiro, pelas 18h00, na FNAC de Santa Catarina, no Porto.

A organização deste debate está a cargo do Teatro da Palmilha Dentada e, além do FERVE, conta com representantes do Mau Artista, da Seiva Trupe e do Teatro Nacional de São João.

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Um balde divide o mundo. Havendo um balde, há o que está dentro e o que está fora. De pernas para o ar é um banco. Com um pé dentro é um gag antigo. Empilhados, uma torre.

Numa loja de cristais é um erro, na construção civil uma constante, se tiver um furo é inútil, se tiver muitos, dependurado num ramo de árvore, é um chuveiro.

Há baldes que são dois, meio balde de detergente, meio balde de água limpa. Alguns têm tampa, outros têm rodas, quase todos têm asas. Transportam água, guardam o leite e um balde foi à lua e voltou cheio de pedras lunares.

E se um dia nos faltarem? Um balde é também um bom ponto de partida para as historias que se querem contar.

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Organização:
Teatro da Palmilha Dentada (http://adentadadapalmilha.blogspot.com/)
FNAC de Santa Catarina (www.fnac.pt/)
Segunda-feira, dia 21 de Janeiro, às 18h00.

14 janeiro 2008

Trabalhadores/as da RTP Porto adiam entrega de acções judiciais, a pedido da RTP

Os cinco produtores e a assistente de programas com quem a RTP/Porto trabalha a recibo verde adiaram para quarta-feira a entrega de acções judiciais visando a sua integração nos quadros da empresa, disse à Lusa o advogado dos queixosos.

Os trabalhadores planeavam entregar hoje os respectivos processos no Tribunal de Comércio de Gaia, mas de acordo com Luís Samagaio, o gabinete de apoio ao novo conselho de administração (CA) da RTP contactou-o na sexta-feira solicitando um prazo de 24 horas adicionais.

Segundo o advogado, a nova administração pediu este tempo adicional para se "inteirar" da situação dos trabalhadores.

"Desde sempre dissemos que estamos abertos à negociação. Vamos por isso aguardar até ao final do dia de amanhã [terça-feira], mas se a RTP não encontrar uma solução favorável para os trabalhadores, os processos seguirão na quarta-feira", explicou.

De acordo com o advogado, estas acções irão somar-se às 22 que estão já a decorrer no tribunal respeitantes a operadores de imagem, áudio, mistura de imagem, controlo e iluminação.

Os queixosos exigem "integração nos quadros e o pagamento retroactivo dos valores correspondentes aos subsídios de Natal e de férias a que entendem ter direito desde que começaram a prestar serviço para a RTP", explicou o advogado.

Entretanto, hoje de manhã, na "audiência de partes" de conciliação marcada para um grupo de 10 dos 22 técnicos cujos processos já "correm" no tribunal de Gaia, a RTP solicitou que o processo fosse suspenso por 30 dias para que a nova administração se possa inteirar da situação dos trabalhadores. Os outros 11 já passaram por esta fase, encontrando-se a aguardar julgamento, sendo que um deles está já marcado para 01 de Abril, explicou.

A Lusa tentou ouvir a recém nomeada administração da RTP, mas tal não foi possível até ao momento.

Segundo Luís Samagaio, serão cerca de 50 a 60 trabalhadores que a RTP/Porto mantém nesta situação, nunca tendo aceite a hipótese de diálogo, tendente à integração nos quadros dos trabalhadores.

Inclusivamente, referiu, "estranhamente", a RTP/Porto abriu em Dezembro um concurso externo para a contratação de 15 vagas para técnicos "a tempo inteiro", às quais os trabalhadores "a recibo verde" concorrerem e até agora sem qualquer resposta".

"Parece-me inacreditável que a RTP queira contratar fora aquilo que tem dentro e não aproveita", frisou.

In Agência LUSA


11 janeiro 2008

O FERVE no Destak

Petição obriga Parlamento a discutir falsos recibos verdes

A organização FERVE - Fartos/as d’Estes Recibos Verdes encontra-se a promover uma petição, para entregar na Assembleia da República, contra a utilização de “falsos” recibos verdes por parte da Administração Pública e do sector privado.

A petição conta já com 4360 assinaturas e deverá ser entregue no Parlamento no final do mês de Janeiro.

De acordo com os signatários do baixo-assinado, o objectivo passa por solicitar à Assembleia da República que desencadeie as acções necessárias para terminar com os vínculos laborais a recibos verdes, na administração pública e no sector privado, dos trabalhadores por conta de outrem com características enquadradas no conceito de “contrato de trabalho”.

A petição refere, ainda, que «há milhares de pessoas que são contratadas para exercer funções em entidades públicas, sendo para tal recrutadas como trabalhadores independentes, situação que permite o seu fácil despedimento, sem direito a subsídio de desemprego e habilita o Estado a não lhes assegurar o pagamento de subsídios de Natal e de férias».

O economista Eugénio Rosa afirmou ao Destak que «existe um estímulo das entidades patronais para manter os “falsos” recibos verdes, porque os pagamentos à segurança social são transferidos para o trabalhador». O economista diz ainda que dos 723 700 trabalhadores por conta própria registados em 2007, a esmagadora maioria deles eram “falsos” recibos verdes.

UGT faz balanço do ano de 2007
De acordo com o balanço que a UGT faz de 2007, «os trabalhadores portugueses não foram só confrontados com o desemprego, mas também com o aumento da precariedade dos seus empregos», enquanto o crescimento recente do emprego foi sustentado em formas precárias de emprego, em que os recibos verdes se inserem.

Texto: Hugo Lourenço (Destak)

10 janeiro 2008

Trabalhadores/as da RTP Porto

Cinco produtores e um assistente de programas com quem a RTP/Porto trabalha a recibo verde entregam segunda-feira no Tribunal do Trabalho acções judiciais visando a sua integração nos quadros da empresa, disse à Lusa o advogado dos queixosos.

"Enviei um fax para o conselho de administração da RTP na segunda-feira, onde me mostrei disponível para conversar sobre este assunto até sexta-feira. Caso contrário, as acções entram no Tribunal de Comércio de Gaia logo na segunda-feira", explicou Lusa Samagaio.

De acordo com o advogado, estas acções irão somar-se às 22 que estão já a decorrer no Tribunal do Trabalho de Gaia respeitantes a operadores de imagem, áudio, mistura de imagem, controlo e iluminação.

Os queixosos exigem "integração nos quadros e o pagamento retroactivo dos valores correspondentes aos subsídios de Natal e de férias a que entendem ter direito desde que começaram a prestar serviço para a RTP", explicou o advogado.

Segundo Luís Samagaio, serão cerca de 50 a 60 trabalhadores que a RTP/Porto mantêm nesta situação, nunca tendo aceite a hipótese de diálogo, tendente à integração nos quadros dos trabalhadores.

Inclusivamente, referiu, "estranhamente", a RTP/Porto abriu em Dezembro um concurso externo para a contratação de 15 vagas para técnicos "a tempo inteiro", Ã s quais os trabalhadores "a recibo verde" concorrerem e até agora sem qualquer resposta".

"Parece-me inacreditável que a RTP queira contratar fora aquilo que tem dentro e não aproveita", frisou.

O recém-nomeado presidente do conselho de administração da RTP, Guilherme Costa, reuniu-se com responsáveis da delegação do Porto para fazer um levantamento de casos de alegada precariedade laboral, processos e necessidades locais.

Luís Samagaio desconhecia este encontro, mas adiantou que na segunda-feira haverá uma audiência de partes para um grupo de 10 técnicos cujos processos deram entrada em Setembro.

Os outros 11 já passaram por esta fase, encontrando-se agora a aguardar julgamento, sendo que um deles está já marcado para 01 de Abril.

Fonte oficial da RTP afirmou recentemente à Lusa que "a situação dos trabalhadores 'freelancer' do Porto está a ser analisada pelo conselho de administração" da empresa.

A administração da RTP tem argumentado que os trabalhadores em questão não estavam na empresa "com carácter estável e duradouro", apenas para suprir carências de pessoal em picos de trabalho.

A argumentação é contestada por Luís Samagaio, que refere que os trabalhadores em causa prestaram serviços para programação regular, como o Jornal da Tarde ou a Praça da Alegria.


In Agência LUSA

09 janeiro 2008

4360 assinaturas recebidas no apartado

Terminou no passado dia 27 de Dezembro o prazo para o envio de assinaturas para o apartado que o FERVE subscreveu para este efeito.

É com muita satisfação e orgulho pelo empenho de todos/as que comunicamos ter recebido 4360 assinaturas, através do apartado!

Este número, verdadeiramente admirável, é indiciador do grau de insatisfação que se faz sentir relativamente à utilização de 'falsos' recibos verdes, por parte da Administração Pública e do sector privado.

Estamos agora a contabilizar e a congregar as assinaturas provenientes das bancas e a preparar a entrega da petição na Assembleia da República, que deverá ocorrer até ao final do mês de Janeiro.

A todos/as quantos/as ajudaram na recolha de assinaturas o nosso muito sincero 'obrigada'!

08 janeiro 2008

Enriquecimento Curricular: Educação Musical

Este é o meu segundo ano nas AEC como professor de Educação Musical.

Fui contratado por uma empresa, que tal como tantas outras mais não faz do que arranjar professores para colocar nas escolas, pois tudo o resto- elaboração do plano de actividades, planificação de aulas, material didáctico, etc... Sou eu que produzo e levo para as aulas.

O pagamento é de uns supostos 13 euros à hora, mas se retirarmos aquilo que se paga de segurança social, IRS e IVA, o valor final não chegará aos 11 euros.

Subsídios não existem, férias de Natal e Páscoa só recebemos 50%, e as horas em que temos de ir ás reuniões de avaliação nas escolas e de trabalho na empresa, não são pagas. Como sou de Educação Musical, ainda tenho a agravante de ter de fazer todo o tipo de apresentações com os alunos: para presidentes de junta de freguesia, festas de natal, festas de fim de ano, etc... Com todo o trabalho extra-horário e extra-escola inerente e não remunerado, pois muitas das apresentações são ao fim de semana e fora da escola.

O mais escandaloso em relação ao pagamento, reside no facto de feitas as contas ao que o Estado paga por aluno por ano( vem publicado em Diário da República ) e aquilo que os professores efectivamente recebem, no meu caso dá um desvio de mais de 6000 euros. Seis mil euros que acabam no bolso de associações de pais, juntas de freguesia e na empresa propriamente dita! É mais de metade do meu ordenado anual bruto!

Quando confrontados com este facto, todos apontam o dedo uns aos outros, ninguém assume responsabilidades e respondem-me sempre de forma evasiva. Por exemplo quando eu confrontei a direcção da escola, a resposta foi que o dinheiro serviria para equipar as salas com material de música...Estamos no segundo ano, já fiz mais de 3 requisições de material e ainda não vi nada...

No final, a sensação com que fico é a de que andamos a trabalhar para nos sustentarmos a nós e para alimentar esta espécie de sorte grande que saiu a meia dúzia de chicos-espertos, com a conivência do Ministério da Educação!

As condições de trabalho são comuns a muitos dos colegas das AEC, tenho uma sala de aulas fixa ( num dos casos a sala de aulas é o refeitório), tenho um horário de trabalho fixo, uma hierarquia definida, recebo sempre o mesmo valor à hora e sigo o programa de Educação Musical para o 1º Ciclo do Ensino Básico. E a juntar a tudo isto ainda tenho a caricata situação de ter duas vezes por período lectivo, as colegas titulares das turmas a quem dou aulas a "supervisionar" as minhas aulas. Colegas que desconhecem por completo, ou quase, o programa de Educação Musical e que se sentem elas próprias envergonhadas por terem de ir ali fazer nem elas sabem bem o quê. Mais reprovável ainda se torna esta situação pelo facto de as colegas terem de elaborar um relatório daquilo que observaram, e o acesso a ele nos ser negado pela direcção da escola!

Para terminar fica a pergunta, a juntar a tantas outras, qual a finalidade de se ter na mesma escola professores licenciados, uns a trabalhar a contrato e outros a recibo verde, quando todos dão aulas aos mesmos alunos e se regem pelo mesmo programa? Qual a justificação para tal diferenciação? Qual a justiça ética existente em tal procedimento?

Testemunho: Fisioterapia

Sou fisioterapeuta e igualmente me sujeitei aos tais Recibos Verdes quando iniciei a minha actividade profissional.

Durante dois anos, cumpri horários… justificava as minhas faltas…recebia ordens e instruções…usava o material da empresa…não possuía autonomia nem liberdade de escolha relativamente ao meu trabalho, ou seja, reunia todas as condições para ter sido sujeita a um contrato de trabalho…

Inicialmente, desconhecia os meus direitos como trabalhadora mas, ao longo do tempo, deparei-me com o facto de estar vinculada a uma total subordinação jurídica, em termos laborais.

Era lógico que estava a ser sujeita a Falsos Recibos Verdes, sem direito a subsídio de férias e com os tais pagamentos à segurança social, IRS, seguro de trabalho…tudo por minha conta!

Fartei-me de pedir melhores condições de trabalho (tratava 5/6 pacientes por hora num total de 35/40 por dia) ou um contrato que sempre me foram recusados! A resposta era sempre a mesma:”se não está bem, pode ir embora, a porta está aberta!”

Recorri à inspecção-geral de trabalho na qual deixei uma denúncia que nunca surtiu efeito. Por ter reclamado, fui despedida sem mais nem menos já lá vão uns bons meses… mas o que é isto? Em que país nós vivemos? Estão a brincar com as vidas das pessoas! A meu ver, temos que nos unir para acabar com essa exploração, reclamando e protestando já que o estado não consegue ter autoridade (pois a IGT está “enferrujada”) para pôr fim a estes abusos no trabalho.

Apesar de já não estar a trabalhar nessa empresa voltei por 2 vezes à inspecção-geral do trabalho para exigir uma visita inspectiva a esse local porque sei que continuam a explorar outros empregados!

Acho incrível fecharem os olhos no que está a acontecer no nosso país…mas não acredito que haja tanta injustiça por isso iniciei um processo em tribunal contra a minha antiga entidade patronal! Não sei daqui quanto tempo estará resolvido…

Para isso recorri à segurança social que me concedeu um apoio judiciário: nada de gastos com advogado e taxas de justiça. Foi a única coisa boa à qual ainda tive direito já que não temos direito a subsídio de desemprego, apenas a uma miserável isenção das taxas moderadoras.

Como se pode sobreviver nestas condições? Onde arranjar dinheiro para ter Internet, para o tinteiro e para os selos (ferramentas fundamentais para a busca de um emprego)? Não há uma ajuda?

Foram as perguntas que eu coloquei à segurança social… Aí fez-se luz e a Senhora falou-me de um apoio social para os desfavorecidos mas qual foi a minha surpresa quando reparei que o agregado familiar estava incluído! Logo o valor do apoio que eu poderia vir a receber iria se basear nos rendimentos dos meus pais! Desisti porque percebi que aquele processo poderia ser em vão além do mais era muito demorado!

Com isto chegamos à conclusão que este país obriga os seus jovens a saírem cada vez mais tarde da casa dos seus pais porque não cria condições para que se possam tornar independentes! Continuamos em condições precárias e a adiar possíveis planos de vida!

Infelizmente e após tanta desilusão decidi sair do nosso país e ir trabalhar para o estrangeiro! Temos verificado uma nova onda de emigração (pessoas licenciadas) mas é lamentável que os nossos governantes teimam em fechar os olhos nos assuntos que realmente são importantes!

Anónimo

06 janeiro 2008

Avenças no IGESPAR: situação desbloqueada

Ministério das Finanças acaba de autorizar renovação dos contratos

A crise criada no passado dia 29 de Dezembro com a dispensa dos avençados - a maioria dos arqueólogos do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico (Igespar) - parece ter chegado ao fim após a intervenção do Ministério das Finanças.

Fonte do gabinete do ministro Teixeira dos Santos declarou à agência Lusa que "situação dos avençados foi desbloqueada e os contratos vão ser renovados de acordo com o número de vagas disponíveis no instituto".

A decisão surge um dia depois de João Zilhão, ex-presidente do IPA (Instituto Português de Arqueologia) ter acusado o actual e o anterior Governos de terem uma política de desinvestimento nesta área que a fez regredir para níveis de investigação iguais aos que se praticavam há 25 anos e dava como exemplo a dispensa de pessoas imprescindíveis a essa mesma pesquisa e à preservação dopatrimónio em Portugal.

Na passada sexta-feira, Zilhão afirmava que "sob pretexto da economia e do apertar do cinto" foram fechadas instituições e reduzidos os apoios. A isso somam-se, declarava João Zilhão, " níveis de desorganização que resultam em desperdício do dinheiro dos contribuintes", acrescentando existir uma falta de vontade política que se reflecte no menor orçamento destinado à Cultura.

A recente decisão de desbloquear orçamento não especifica, no entanto, o número de vagas disponíveis. Recorde-se que Isabel Pires de Lima, a ministra da Cultura, que tem a tutela do Igespar, já havia dado um parecer favorável à renovação das avenças, tendo remetido a aprovação final para o Ministério das Finanças.

João Ribeiro, o director do IGESPAR, garantira à Lusa, na passada quarta-feira, que a situação seria resolvida nas próximas semanas. Disse ainda esperar "receber a autorização do Ministério das Finanças para readmitir os avençados imprescindíveis para assegurar as funcionalidades vitais para o cumprimento da missão" do instituto que dirige.

Saliente-se que a cessação das avenças se insere no Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado e envolve 29 arqueólogos e ainda juristas, bibiotecários, administrativos, historiadores de arte, informáticos e fotógrafos.

In Diário de Notícias:
http://dn.sapo.pt/2008/01/06/artes/governo_fim_a_crise_avencados.html

03 janeiro 2008

Testemunho: Engenharia

Tenho 30 anos, sou engenheira e estive a trabalhar durante quatro anos e meio num órgão da administração local.

Eu e tantos outros (chegámos a ser mais de 50 nesta situação) cumpríamos com as obrigações dos funcionários do quadro (horários e subordinação hierárquica) embora, obviamente, não comungássemos das mesmas regalias. O trabalho "duro" era todo feito por nós, já que o funcionário tinha a sua "quase" automática progressão na carreira… Tínhamos também sempre sobre nós a ameaça da possibilidade de não nos renovarem o contrato.

Saímos todos bem baratos ao Estado: para os nossos salários, pagos com fundos comunitários, o governo só tinha de avançar com uma comparticipação de 25%, recebendo em seguida o valor do IRS, o IVA e ainda a prestação da segurança social. Ainda tínhamos de ouvir piadas dos funcionários sobre o nosso salário bruto, "demasiado elevado" (esquecendo-se que no final, impostos e segurança social pagos ficava cerca de metade).

Isto para nem falar do facto de não termos direito a um subsistema de saúde, estarmos a descontar para efeitos de reforma o equivalente a salário mínimo (há cerca de 1 ano esse valor passou a ser obrigatoriamente de salário mínimo e meio), termos de pagar do nosso bolso um seguro de trabalho e cada vez que se solicitam subsídios, como é o caso do abono de família, considerarem o nosso vencimento bruto (o que nos coloca sempre num escalão muito superior à realidade).

Os salários que normalmente tinham uma periodicidade trimestral chegaram a estar atrasados cerca de 9 meses, sobre este e outros aspectos ouvíamos os dirigentes com ar de enfado dizer que a nossa situação estava em análise e que seria brevemente resolvida. Era também sabido que muitas vezes o nosso dinheiro servia para saldar dívidas mais urgentes, como o pagamento de fornecedores e de obras.

Durante estes quatro anos e meio o serviço em que estava desempenhou um trabalho exemplar, elogiado tanto pelo público, como por outros órgãos da administração local e dirigentes nacionais, o que não evitou que fosse avisada 15 dias antes que não me iriam renovar o contrato (estava grávida e o meu marido acabava também de ser dispensado). Tive direito a um comentário do meu chefe a dizer-me "… é realmente muito chato".

É escusado sublinhar que, apesar de se descontar todos os meses mais do que toda a gente para a segurança social, não se tem direito a subsídio de desemprego.

Acho piada os nossos dirigentes virem apregoar grandes incentivos ao aumento da natalidade, com medidas propagandísticas de atribuições de subsídios irrisórios quando a situação dos recibos verdes diz tudo…

Já na casa dos trinta, muitas vezes com a vida adiada, alguns ainda em casa dos pais (porque não há recursos para ser de outra forma), sem perspectivas de carreira, ou de construir um futuro, assim é o retrato da nossa geração.
Anónima

01 janeiro 2008

46 contratos nao renovados no IGESPAR

No passado dia 28 de Dezembro, pelas 19h00, foi comunicada, em nome da Direcção do IGESPAR a informar, por e-mail, a não renovação dos 46 contratos de a vença existentes.

A comunicação foi efectuada no último dia de trabalho, fora de horário de expediente sendo que a maioria das pessoas só irá ter conhecimento oficial deste facto, no dia 2 de Janeiro, quando se apresentarem ao serviço.

Os avençados do IGESPAR visados por este comunicado, na sua grande maioria técnicos altamente qualificados e com ligação ao Ministério da Cultura há cerca de 10 anos, asseguram serviços vitais ao Instituto e incluem arqueólogos, informáticos, bibliotecários, juristas, historiadores de arte, fotógrafos, técnicos de arqueologia, administrativos, arquitectos, designers, etc.

A não renovação das avenças, que durante 10 anos foram renovadas automaticamente, traz graves consequências ao funcionamento do Instituto em si e no cumprimento das
suas funções, nomeadamente, a paragem, quase na totalidade, da maioria dos serviços do IGESPAR, nomeadamente as Extensões territoriais, os Inventários de património, a Biblioteca de Arqueologia, a Divisão de Arqueologia Sub-aquática, o Parque Arqueológico do Vale do Côa e o Departamento de Informática, implica a paralisação de competências vitais do IGESPAR, Istituto Público recém criado e aposta do actual governo. Fica seriamente impossibilitado o cumprimento da actual legislação portuguesa, das directivas comunitárias e internacionais que o Estado Português assinou previstas para o Património Cultural e que fazem parte das obrigações deste mesmo Instituto, encontrando-se patentes na sua lei orgânica.

Na prática:

• A ausência de análise documental e de pareceres técnicos em processos de licenciamento de obras públicas ou privadas e no decurso das mesmas provocará atraso/paragem com os inerentes prejuízos;

• A realização dos trabalhos arqueológicos sem o acompanhamento técnico e a fiscalização por parte da tutela não garante o cumprimento dos procedimentos legais previstos no Regulamento de Trabalhos Arqueológicos;

• A inexistência de representantes nas Comissões de Avaliação de Estudos de Impacte Ambiente, bem como, de Instrumentos de Gestão Territorial põe em causa a salvaguarda do património cultural;

• Os Inventários de Património deixam de ser realizados, nomeadamente o inventário e georreferenciação de sítios de património classificado e o inventário e georreferenciação de sítios e actividade arqueológica;

• O Instituto deixará de cumprir os protocolos que celebrou com dezenas de câmaras municipais no âmbito da digitalização cartográfica do património classificado e respectivas servidões;

• Todo o trabalho de inventário e cartográfico desenvolvido durante estes anos e actualmente existente na página de Internet do instituto, terá que ser imediatamente suspenso, visto que sem actualização permanente perderá o seu valor legal;

• Os serviços do Parque Arqueológico do Vale do Côa ficam bastante afectados, nomeadamente nos sectores relacionados com a planificação de conteúdos para o futuro Museu do Côa, bem como o sector que procede à mediação entre o Parque e as escolas.

A cessação destas funções vitais do Instituto irá pôr em causa o trabalho de mais de 50 empresas ligadas ao Património.

Com esta não renovação, o Governo abandonará uma parte significativa do esforço para cumprir o plano tecnológico na área do património cultural, esforços que têm vindo a ser feitos para a simplificação do serviço público na relação com o cidadão (SIMPLEX).

Acresce facto de não existirem funcionários públicos nem agentes na administração pública com as qualificações técnicas, condição necessária que tem justificado a manutenção destes contractos de avença, a que se adiciona a experiência adquirida no cumprimento de competências a que o IGESPAR está obrigado pela sua lei orgânica.

Perante o exposto, os trabalhadores, cuja renovação dos contratos de avença se encontra comprometida, esperavam que a Ministra da Cultura criasse, como tem vindo a prometer nos últimos anos, as condições necessárias para a sua integração.

Os/As avençados/as do IGESPAR IP