10 janeiro 2009

Testemunho

Tenho quase 40 anos, comecei a trabalhar aos 12, trabalho sazonal, claro está, pago à tarefa ou à jorna como se diz por aqui.

Até 1988, ano em que fui voluntário para a tropa, fiz de tudo: ajudante de padeiro, distribuição produtos alimentares, gasolineiro, decapagens, isolamentos, construção civil, apanha de fruta, aprendiz de mecânico e electricista e servi num bar.

Em 1987, estive a contrato como militar até 1993. Dessa data até 1999, passei novamente o rosário do trabalho precário sem contrato: montei vedações em propriedades agrícolas, voltei à gasolina e aos isolamentos, trabalhei à noite em bares.

Depois, consegui um contrato num Município, a recibos verdes. De 1999 a 2006, estive a recibos verdes. Daí para cá, com contratos a termo onde passei por três instituições diferentes que na realidade são a mesma.

Em quase 28 anos de trabalho mais ou menos anual, só tenho cerca de 10 anos de descontos e desses 8 fui eu que paguei. Nunca estive, até à data, de baixa ou a receber subsídio de desemprego.

Em Janeiro, vou voltar a ser verde, contratos de seis meses até ao máximo legal, depois logo se verá.

Isto não é só um problema de recibos verdes, é também de precariedade, de vergonhosa precariedade!

5 comentários:

Anónimo disse...

A sua situação é vergonhosa!!! Como é vergonhoso que exista tanta gente em situação semelhante, e nada ainda tenha mudado!!

Onde estão os sindicatos para salvaguardar os direitos dos trabalhadores nestas situações??!! Onde estão as oposições partidárias?!

Anónimo disse...

onde ESTAMOS NÒS TODOS????

Já é hora de mostrarmos o nosso descontentamento!!!!

Anónimo disse...

Os sindicatos não podem fazer muito porque muitos trabalhadores nunca se filiaram ou então não pagam as quotas.

Anónimo disse...

É ridículo, se os trabalhadores são mal pagos, como podem estar à espera que se filiem nos sindicatos??! Deixam de comer para pagar as quotas?! Isso é surreal!
Pensava que os sindicatos serviam para apoiar o povo, as pessoas normais, e não os privilegiados que podem pagar quotas!

Anónimo disse...

Parece-me é que todos sacodem a água do capote e assobiam para o lado! Sindicatos, partidos, oposições! E ninguém se responsabiliza, nem contribui, a mudar a situação!