Como tantos outros, terminei um curso há alguns anos na área das Ciências Sociais; um curso mudou a minha perspectiva de encarar o mundo e as relações sociais e durante o qual me senti extremamente realizada.
No entanto, depois da confrontação com o árduo mercado de trabalho, depois de ter enviado muitos currículos e dado que necessito de um meio de subsistência, tive de optar pela proposta que mais rapidamente surgiu: uma seguradora de saúde, em ‘call centre’.
Na entrevista, referiram que o emprego era a recibos verdes e, uma vez que denotaram o meu súbito desinteresse, argumentaram que os recibos verdes não eram nenhum bicho-papão e que estes lhes permitiam trabalhar com os colaboradores durante vários anos. Chegaram a referir que trabalhavam com alguns colaboradores, desta forma, há vinte anos.
Depois veio a história de um contrato de seis meses a recibos verdes e a partir daí contratos de um ano, renováveis por igual período, sem termo para a renovação pois o objectivo era que lá ficássemos muito tempo, a recibos verdes. Existia também um horário definido com oito horas diárias de trabalho e lá pelo meio uma obrigação que era a de atendermos um determinado número de chamadas, pois o nosso salário iria também depender dessa quantificação.
Enfim, existe mesmo uma diferença entre emprego e trabalho; são termos diferentes que implicam contextos laborais distintos.
No dia-a-dia, tínhamos de defender sempre a imagem da seguradora, tínhamos que informar os clientes se as suas cirurgias estavam autorizadas ou não, se os exames médicos estavam autorizados ou não, sujeitos a uma pressão incrível, de todos os lados, da parte dos clientes e da parte da chefia, para sermos rápidos e eficientes.
No final do mês, tínhamos que passar o hipócrita recibo verde. Quando alguém faltava um dia de trabalho, exigiam que fosse apresentado um comprovativo do motivo da falta, caso contrário iriam seguir-se retaliações que poderiam terminar a prestação de serviços. E, para se poder rescindir o contrato, teríamos que dar um pré-aviso de trinta dias. (Que cómico!)
Revoltou-me um pouco quando li, num jornal, há uns tempos, que a dita empresa registou um aumento de lucros de não sei quantos milhões. É também cotada em bolsa.
Saí antes de terminar o primeiro ano de isenção de pagamento à Segurança Social. Entretanto, tenho informações de que continuam no mesmo sistema de recibos verdes e a Autoridade para as Condições de Trabalho ainda lá não foi. As denúncias também não vão existir porque as pessoas precisam do seu trabalho.
No entanto, depois da confrontação com o árduo mercado de trabalho, depois de ter enviado muitos currículos e dado que necessito de um meio de subsistência, tive de optar pela proposta que mais rapidamente surgiu: uma seguradora de saúde, em ‘call centre’.
Na entrevista, referiram que o emprego era a recibos verdes e, uma vez que denotaram o meu súbito desinteresse, argumentaram que os recibos verdes não eram nenhum bicho-papão e que estes lhes permitiam trabalhar com os colaboradores durante vários anos. Chegaram a referir que trabalhavam com alguns colaboradores, desta forma, há vinte anos.
Depois veio a história de um contrato de seis meses a recibos verdes e a partir daí contratos de um ano, renováveis por igual período, sem termo para a renovação pois o objectivo era que lá ficássemos muito tempo, a recibos verdes. Existia também um horário definido com oito horas diárias de trabalho e lá pelo meio uma obrigação que era a de atendermos um determinado número de chamadas, pois o nosso salário iria também depender dessa quantificação.
Enfim, existe mesmo uma diferença entre emprego e trabalho; são termos diferentes que implicam contextos laborais distintos.
No dia-a-dia, tínhamos de defender sempre a imagem da seguradora, tínhamos que informar os clientes se as suas cirurgias estavam autorizadas ou não, se os exames médicos estavam autorizados ou não, sujeitos a uma pressão incrível, de todos os lados, da parte dos clientes e da parte da chefia, para sermos rápidos e eficientes.
No final do mês, tínhamos que passar o hipócrita recibo verde. Quando alguém faltava um dia de trabalho, exigiam que fosse apresentado um comprovativo do motivo da falta, caso contrário iriam seguir-se retaliações que poderiam terminar a prestação de serviços. E, para se poder rescindir o contrato, teríamos que dar um pré-aviso de trinta dias. (Que cómico!)
Revoltou-me um pouco quando li, num jornal, há uns tempos, que a dita empresa registou um aumento de lucros de não sei quantos milhões. É também cotada em bolsa.
Saí antes de terminar o primeiro ano de isenção de pagamento à Segurança Social. Entretanto, tenho informações de que continuam no mesmo sistema de recibos verdes e a Autoridade para as Condições de Trabalho ainda lá não foi. As denúncias também não vão existir porque as pessoas precisam do seu trabalho.
9 comentários:
A quantidade de histórias destas que se repetam são desoladoras, dolorosas, frustrantes. Como podem continuar a ser ingoradas desta forma?!
É preciso "chamar os bois pelos nomes", por isso, vamos lá criar essa lista negra de entidades patronais que vivem à custa da precariedade dos seus funcionários, ou como eles gostam de apelidar "colaboradores"!
Olha, tambem acho que deveríamos dizer os nomes das empresas.
Pelo testemunho e pelas características, tanto da "conversa" na entrevista, como pelo factor do ordenado depender das chamadas feitas, esta empresa deve ser a Reditus, que só trabalha com esse esquema.
Eu estive lá por muitíssimo pouco tempo, e assim que comecei o trabalho, que aliás era o backoffice do Banco Millenium. Me senti mal, pq aquilo me fez lembrar daquelas fábricas em que as pessoas são praticamente escravas. Comecei então a sondar e a conversar com pessoas que estavam lá há anos e anos, e todas as que tinham um contrato de verdade, estavam na empresa a 10 anos ou mais. E a minha coordenadora chegou a dizer, que cada vez menos há contratações, pois a empresa não investia muito nisso.
Apesar de na entrevista terem me dito, que todo bom colaborador (assíduo, cumpridor de tarefas, seria "premiado" com um contrato, mas nao sabiam dizer em quanto tempo... Ou seja algo que deve ser um direito do trabalhor é encarado como uma regalia ou benefício)
Eu cheguei a assinar o "famigerado" contrato de falsos recibos sim, mas fui embora sem dar aviso prévio, só aguentei 15 dias. Enviei uma carta comunicando o motivo da minha decisão.
E sempre que posso, falo dessa empresa ás pessoas. Isso não pode existir!! E pior é que entidades conceituadas contratam esse tipo de empresas!!
Absudo total, tá certo que o capitalismo é selvagem, mas isso já é abusar da selvageria!!
A empresa é a Reditus e a seguradora é a médis.
Infelizmente é o que há mais, fui responder a anuncio num callcenter que funciona a recibos verdes, e pagam 150.00 de ord. base e se a pessoa não se atrasar ou faltar recebe mais 50.00€, mas tem que trabalhar de SEGUNDA a SABADO mais feriados e se possivel domingo também e o base é sempre o mesmo, e o resto é vender ...vender.. muito mesmo para conseguir trazer 400.00 ou 500
.00 euros brutos para casa, pois eu não aqueci o lugar, não me apanham com este sistema,
a EMPRESA É THINK BIG (nova sucursal nas OLAIAS)e estão a vender TVCABO SATELITE, tem mais se ao fim de 15 dias de experiencia não tivermos feito 10 vendas no minimo, já não ficamos e receber talvez sim ou talvez não...
Está a fazer 1 ano que respondi a um anuncio para trabalhar numa clinica veterinária em Lisboa, e o horário era de entrar ás 9.00 da manhã e sair ás 20.00 da noite, com 1.30 de almoço, de 2ªfeira a 6ªfeira e ao sabado entrava-se 30 minutos mais cedo e saia-se talvez ás 14 horas, se não houvesse pacientes ou cirurgias, as funções abrangiam tudo, desdde a limpeza das instalações, secretáriado, apoio ao médico, e tudo o que se possa fazer numa clinica só com o médico e eu. MAS O MELHOR VEM AGORA... tudo isto a recibos verdes e ORDENADO MINIMO, sem mais nada, eu disse-le a ele se ele não tinha uma cama extra na clinica, porque com um ordenado tão grande, e com tanto tempo livre para mim, era preferivel eu dormir lá também, pois que concerteza depois de fazer os descontos para a S.Social + retenção na fonte + a alimentação diaria (sopa e sandes)nem dinheiro me sobraria para eu comprar o passe.
Mas no entanto ele disse-me que era só por 6 meses, que depois faria contrato de trabalho, MENTIRA, porque já vi o anuncio no jornal após 6 meses de eu ter lá ido, já saiu novamente, pelos vistos quando é para fazer contrato dispensa os serviços dos empregado/escravo.
A clinica é ao pé da estação da CP AREEIRO, não me lembro o nome.
Aconselho a TODOS os que eventualmente tenham seguro de saúde na médis a cancelar os contratos COMO forma de protesto!divulgue-se!!!!!
em alternativa (sem kerer fazer publicidade)existe um optimo e barato seguro de saúde que ainda por cima é sério e solidário SEGURO AMI!
Temos que penalizar estas empresas com mentalidade ESCROQUE!!!!
aconselho a toda a gente a deixar de comprar batatas fritas Pala pala
são uns exploradores
Eu continuo a ser explorado no call center da médis e à produção não recebemos nem o ordenado mínimo, existem ainda os supervisores que humilham constantemente os operadores em frente aos colegas de evidenciar o desprezivel marco felgueiras!!!
Quem tiver médis que rescinda pois só enganam e entrujam os clientes
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