Escrevo para vos dar conhecimento da nova moda: as empresas estão a pedir previamente aos trabalhadores independentes uma declaração em como até à data o que irão receber pelo trabalho não corresponde a 80% do seu vencimento como independente.
Como podem imaginar, à data, o primeiro trabalho do ano corresponde sempre a 100% do vencimento de um independente.
Já existem colegas a deixar de ter trabalho, em que as empresas preferem dar o trabalho a um profissional com quem não tenham ainda trabalhado, para se esquivarem aos 5% da segurança social.
4 comentários:
Sou formador a recibos verdes no IEFP desde 2009, no qual o valor hora era 16 Euros hora, no ano passado passou para 14,40 Euros Hora. E Agora para colmatar já existem centros de formação a pagar 11 Euros Euros Hora. Feitas as contas mais vale ir limpar escadas e não pagar impostos, do que dar aulas.
A ideia de penalizar as empresas com 5% quando mais de 80% do serviço é prestado a uma só entidade é mais uma ideia brilhante dos nossos governantes. Esta só vai prejudicar os falsos e os verdadeiros trabalhadores independentes. No caso dos primeiros estes vão acabar por ter de suportar esse valor ou acabam por ser despedidos. No caso dos verdadeiros trabalhadores independentes, que é o meu caso,sou Guia Intérprete, as empresas simplesmente acabam por não nos dar trabalho. Eu, pelo menos, já tive esse aviso.
É muito triste termos feitos investimentos pessoais e cada vez menos termos possibilidades de exercer a nossa profissão.
Neste momento só temos encargos. Uma segurança social que aumentou para um valor incomportável (248E mês) e agora a certeza que provavelmente no próximo ano não terei metade dos rendimentos.
Ainda telefonei para a Segurança Social, porque se isto se destina a combater os falsos trabalhadores independentes os verdadeiros não deveriam ser afectados, mas foi-me respondido que a minha profissão não se enquadra nas que estão isentas destas obrigação.
Mas afinal nós queremos acabar com a injustiça dos falsos independentes ou queremos acabar com TODOS os independentes?
Estou na mesma situação... e considerando que os cursos continuam fechados... no final do mês mais vale encerrar atividade e ficar em casa... sem ganhar, mas pelo menos sem gastar.
O subsídio está no acordo da Troika, mas pelos vistos é para ser ignorado.
Cessei a actividade este mês, ao saber que carrego às costas uma enorme dívida à Segurança Social.
Trabalhava a verdadeiros recibos verdes, mas tinha que suar muito para conseguir um serviço. Portanto, eu tinha pouco trabalho e, por isso mesmo, as contribuições a esse organismo público excedem, em muito, os meus rendimentos.
Agora, recuso um serviço sempre que me pedem recibo. Chamem-lhe fuga aos impostos... chamem-lhe o que quiserem. Apenas, não posso suportar uma carga contributiva superior aos meus rendimentos. Parece bastante claro.
Mas, se no entanto, houvesse justiça contributiva, eu iria continuar a contribuir. Assim, lamento...
À Segurança Social eu digo: Quem tudo quer, tudo perde.
Leonor
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