19 fevereiro 2010

Serralves diz querer promover empreendedorismo junto de falsos recibos verdes


O FERVE denunciou na passada quarta-feira, dia 17 de Fevereiro, a situação a que estão a ser submetidos/as os/as recepcionistas de Serralves: estas pessoas trabalham a falsos recibos verdes, algumas há mais de cinco anos, e foram agora 'convidadas' por Serralves a constituírem-se como empresa para poderem continuar a trabalhar no mesmo local de sempre (Serralves), exercendo as mesmas funções de sempre, sujeitas à mesma hierarquia de sempre.

Perante esta situação, eis a resposta de Serralves:


"Caro Amigo de Serralves

Recebemos a sua comunicação, que agradecemos. Todas as questões que os nossos visitantes nos colocam merecem a nossa melhor atenção, pelo que passo a responder à questão que nos colocou.

Os serviços de Recepção da Fundação de Serralves são assegurados por uma equipa variável de colaboradores, mediante uma regular e legítima prestação de serviços.

No sentido de melhorar a qualidade do serviço prestado, a Fundação de Serralves equacionou recorrer a uma empresa especializada para o efeito.

No entanto, e
por forma a promover o empreendedorismo, potenciando e alavancando financeiramente as capacidades e competências dos membros daquela equipa, reforçando a sua capacidade de geração de proveitos, os mesmos foram abordados no sentido de saber se teriam vontade de avançar com a constituição de uma empresa para prestação de serviços desta natureza.

Com este processo Serralves procura obter serviços com mais qualidade, maior eficiência e profissionalismo e desta forma contribuir para melhor acolher todos quantos nos visitam.

Não nos parece que a nossa actuação seja passível de crítica."


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- NÃO???

- Não vos parece que a vossa actuação seja passível de crítica?

"Promover a capacidade de empreendedorismo" é uma nova modalidade contratual, prestes a ser inserida num Código de Trabalho que ainda desconhecemos?


A resposta providenciada por Serralves é de tal forma alheada da realidade que a torna particularmemnte arrepiante: é nestes moldes que uma fundação privada com participação do Estado orienta as suas relações laborais?

1 comentário:

Dario Silva disse...

"Promover a capacidade de empreendedorismo" parece ser um desígnio nacional desde há anos. Nem que seja essa promoção promovida por uma entidade promotora da cultura.
As coisas que eu aprendo e que o meu pai não me ensinou!

E porque não promover o empreendedorismo dos quadros fixos de todas as empresas? - assim todos teriam a oportunidade de se promover, de se auto-promoverem, de promoverem o empreendedorismo empreendendo a criação de empresas de empreendedores que, doravante, venderiam um produto fruto de muita... cultura democrática.

Eça, volta, estás perdoado.