GOVERNO VAI PENALIZAR FIRMAS COM FALSOS RECIBOS VERDES
O Governo está a preparar medidas de penalização fiscal para as empresas com falsos recibos verdes. Com o desemprego em níveis históricos e a precariedade no emprego a abranger quase 900 mil trabalhadores independentes, o Executivo de José Sócrates tenciona combater o emprego precário com o agravamento dos impostos às firmas que tenham falsos recibos verdes e o desagravamento fiscal às empresas que integrem empregados precários nos quadros de pessoal.
Ao que o CM apurou, os ministérios das Finanças e da Segurança Social têm desde o início de Fevereiro um grupo de técnicos a trabalhar na definição das medidas passíveis de alterarem a actual realidade de 'elevada percentagem de empregados com contratos de trabalho de duração limitada – facto geralmente apontado como indicador de precariedade', como reconhece a proposta de reforma das Políticas Activas de Emprego apresentada em 2007 pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social. Fonte governamental garante mesmo que 'há muito tempo que estão a ser preparadas medidas para combater o emprego precário'.
O próprio Livro Branco das Relações Laborais admite que 'ao longo dos últimos ciclos económicos os contratos a termo certo, juntamente com os trabalhadores por conta própria, são responsáveis por grande parte das flutuações cíclicas do emprego'. E reconhece também que 'estes empregos são os primeiros a ser destruídos nas recessões e os primeiros a ser criados na fase inicial da expansão'.
Por isso, o Governo quer deixar claro que 'desde que seja provado que um trabalhador exerce funções num local de trabalho que pertence à entidade empregadora, utiliza os seus equipamentos, cumpre um horário de trabalho e recebe um salário por isso estamos perante um trabalhador dependente e não independente', diz fonte conhecedora do processo. Assim sendo, 'as empresas serão penalizadas ou beneficiadas nos impostos consoante mantenham a situação ou integrem esse trabalhador nos quadros de pessoal', remata. O próprio Vieira da Silva já disse que um dos principais objectivos na revisão em curso do Código de Trabalho é reduzir o 'excessivo' grau de assimetria entre os trabalhadores.
PARCEIROS SOCIAIS DESCONHECEM PLANOS DO MINISTRO
Os parceiros sociais desconhecem por completo os planos do ministro do Trabalho e da Segurança Social para a revisão do Código do Trabalho. Segundo o CM apurou, Vieira da Silva deverá apresentar uma proposta para a revisão deste diploma, que irá regular as relações laborais no futuro, na próxima reunião da Concertação Social, que está agendada para 17 de Abril.
A equipa de Vieira da Silva, apesar de não ter uma proposta até final de Fevereiro como estava previsto, faz questão de arrumar rapidamente este assunto. Os parceiros sociais, após várias reuniões com o ministro Vieira da Silva, reconhecem que não fazem ideia das intenções do ministro.
REIVINDICAÇÕES
A direcção da Ferve (Fartos/as d’Estes Recibos Verdes) apresentou na semana passada aos vários partidos com representação parlamentar uma petição solicitando a neutralização dos falsos recibos verdes.
CORTE NOS CONTRATOS
O Governo dispensou em 2006 quase metade dos trabalhadores da Administração Central do Estado com contratos de tarefa e avença. Em Dezembro de 2005 existiam 8698 avençados e tarefeiros no Estado. Um ano depois, o número fixou-se nos 5038 contratos.
INTERPELAÇÃO AO EXECUTIVO
O BE interpela na próxima quarta-feira José Sócrates e o ministro Vieira da Silva sobre a precariedade no emprego em Portugal.
3º NA LISTA DA PRECARIDADE
Em 2006 Portugal tinha a terceira taxa mais elevada de contratos de trabalho a termo na UE: 10,6% contra 34% em Espanha e 27,3 por cento na Polónia
Texto: António Sérgio Azenha com M.G.M. / Janete Frazão
Podem consultar a notícia na íntegra aqui.
O Governo está a preparar medidas de penalização fiscal para as empresas com falsos recibos verdes. Com o desemprego em níveis históricos e a precariedade no emprego a abranger quase 900 mil trabalhadores independentes, o Executivo de José Sócrates tenciona combater o emprego precário com o agravamento dos impostos às firmas que tenham falsos recibos verdes e o desagravamento fiscal às empresas que integrem empregados precários nos quadros de pessoal.
Ao que o CM apurou, os ministérios das Finanças e da Segurança Social têm desde o início de Fevereiro um grupo de técnicos a trabalhar na definição das medidas passíveis de alterarem a actual realidade de 'elevada percentagem de empregados com contratos de trabalho de duração limitada – facto geralmente apontado como indicador de precariedade', como reconhece a proposta de reforma das Políticas Activas de Emprego apresentada em 2007 pelo Ministério do Trabalho e da Segurança Social. Fonte governamental garante mesmo que 'há muito tempo que estão a ser preparadas medidas para combater o emprego precário'.
O próprio Livro Branco das Relações Laborais admite que 'ao longo dos últimos ciclos económicos os contratos a termo certo, juntamente com os trabalhadores por conta própria, são responsáveis por grande parte das flutuações cíclicas do emprego'. E reconhece também que 'estes empregos são os primeiros a ser destruídos nas recessões e os primeiros a ser criados na fase inicial da expansão'.
Por isso, o Governo quer deixar claro que 'desde que seja provado que um trabalhador exerce funções num local de trabalho que pertence à entidade empregadora, utiliza os seus equipamentos, cumpre um horário de trabalho e recebe um salário por isso estamos perante um trabalhador dependente e não independente', diz fonte conhecedora do processo. Assim sendo, 'as empresas serão penalizadas ou beneficiadas nos impostos consoante mantenham a situação ou integrem esse trabalhador nos quadros de pessoal', remata. O próprio Vieira da Silva já disse que um dos principais objectivos na revisão em curso do Código de Trabalho é reduzir o 'excessivo' grau de assimetria entre os trabalhadores.
PARCEIROS SOCIAIS DESCONHECEM PLANOS DO MINISTRO
Os parceiros sociais desconhecem por completo os planos do ministro do Trabalho e da Segurança Social para a revisão do Código do Trabalho. Segundo o CM apurou, Vieira da Silva deverá apresentar uma proposta para a revisão deste diploma, que irá regular as relações laborais no futuro, na próxima reunião da Concertação Social, que está agendada para 17 de Abril.
A equipa de Vieira da Silva, apesar de não ter uma proposta até final de Fevereiro como estava previsto, faz questão de arrumar rapidamente este assunto. Os parceiros sociais, após várias reuniões com o ministro Vieira da Silva, reconhecem que não fazem ideia das intenções do ministro.
REIVINDICAÇÕES
A direcção da Ferve (Fartos/as d’Estes Recibos Verdes) apresentou na semana passada aos vários partidos com representação parlamentar uma petição solicitando a neutralização dos falsos recibos verdes.
CORTE NOS CONTRATOS
O Governo dispensou em 2006 quase metade dos trabalhadores da Administração Central do Estado com contratos de tarefa e avença. Em Dezembro de 2005 existiam 8698 avençados e tarefeiros no Estado. Um ano depois, o número fixou-se nos 5038 contratos.
INTERPELAÇÃO AO EXECUTIVO
O BE interpela na próxima quarta-feira José Sócrates e o ministro Vieira da Silva sobre a precariedade no emprego em Portugal.
3º NA LISTA DA PRECARIDADE
Em 2006 Portugal tinha a terceira taxa mais elevada de contratos de trabalho a termo na UE: 10,6% contra 34% em Espanha e 27,3 por cento na Polónia
Texto: António Sérgio Azenha com M.G.M. / Janete Frazão
Podem consultar a notícia na íntegra aqui.
11 comentários:
Muito bem, o Estado vai penalizar as empresas prevaricadoras...e a si o que vai fazer...penalizar-se a si próprio??? Sim, porque o estado é quem mais emprega pessoas com recibos verdes...porque é que só se falou de empresas privadas??? ou será que percebi mal e a partir de agora as instituições públicas vão ser chamadas à razão?
Nesse caso a primeira "empresa" a ser penalizada pelo uso indevido dos recibos verdes seria o próprio estado! Como é que eles vão fazer isso??
Obrigada FERVE!! Com este movimento estão a dar visibilidade a esta vergonha nacional que se chama precariedade!!
Na sequência das audições, gostaria de saber qual o feedback dos Srs. do PS acerca dos recibos verdes nas instituições publicas?
Alguem sabe de algum caso de julgamentos de recibos verdes que envolva o estado?
Na verdade o Estado central e local são os maiores prevaricadores do País. Chamo atenção para a Câmara de lisboa que tem (somente) 900 pessoas neste estado de precaridade. Vejam bem o que por lá se passa.
Que cinismo!
É nas Câmaras e em todos os ministérios!
todos tem alguem a recibo verde.
É aquela maxima
Façam aquilo que eu mando e não aquilo que eu faço! e depois querem seriedade???? Cambada de hipocritas!!!
E isto quer dizer o quê?
Penalizar?
Significa que vão penalizar quem tem recibos verdes, o pode significar uma legalização dos recibos verdes e apenas uma penalização em termos de impostos.
O estado vai ou DIZ que vai?
resta saber...
Contratar inspectores para quê????
Eles que regularizem a situação dos falsos recibos verdes no próprio estado e tudo fica muito melhor.
São centenas de pessoas a trabalhar pra o estado a tempo inteiro e há mais de 10 anos...
Regularizem esta vergonha e quem sabe a natalidade começe a aumentar, a seg social com mais dinheiro, etc, etc ...
O Estado que dê o exemplo e depois então exija das empresas...
Provavelmente, serão inspectores a recibo verde...
Não nos esquecemos da situação dos mail de 100 mil trabalhadores/as a recibo verde na Administração Pública e iremos continuar a abordá-la!
Pelo FERVE;
Cristina Andrade
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