17 dezembro 2007

O FERVE no jornal METRO

Uma “força de pressão” contra os recibos verdes.
FERVE leva à Assembleia petição que contesta ilegalidades.

O grupo só nasceu em Março mas já começou a dar “visibilidade” aos recibos verdes e o assunto saiu da sombra. É esta a primeira “vitória” do FERVE, Fartos d’Estes Recibos Verdes, um movimento que pretende chamar a atenção para a situação em que “um quinto da população portuguesa trabalha actualmente: sem direito a férias e a subsídios e a ter de pagar 150 euros por mês à Segurança Social”, diz Cristina Andrade, a fundadora do grupo.

O próximo passo é alertar a Assembleia da República. “Fala-se muito de desemprego e de trabalho precário, mas nestas situações as pessoas têm direitos que foram ganhos ao longo de vários anos. Entretanto, grande parte da população vê-se privada destes direitos. É esta situação de ilegalidade que queremos ver resolvida”, explica Cristina Andrade.

Falta o Estado assumir uma posição, diz o grupo. É para preencher esta “lacuna” que o Ferve está a recolher assinaturas, de forma a levar o assunto à Assembleia da República. “Neste momento já temos quatro mil assinaturas, mas vamos continuar na rua a fazer estas acções, até ao fim de Janeiro”, diz a fundadora do grupo. A petição está disponível on-line, para “download”, no blogue do grupo, fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com.

“Muitas pessoas têm descarregado o ficheiro da Internet e distribuem pelos amigos para assinarem. É uma espécie de efeito dominó”, diz Cristina Andrade. Há também assinaturas vindas do estrangeiro, “dos portugueses que estão lá fora e que já estiveram nesta situação”, diz. O grupo conta ainda com a “ajuda” das amas da segurança social, um caso vergonhoso, dizem, “que trabalham todas nestas condições”. Para o FERVE, a meta ainda está longe, mas a base já existe: “Ser uma força de pressão.”

1) “Que o Estado dê o exemplo, deixando de contratar pessoas a recibos verdes em todas as suas instituições e deixando ainda de subcontratar empresas com pessoas nesta condição;

2) Que aumente a fiscalização no sector privado e também sobre o próprio Estado, de forma a acabar com as ilegalidades;

3) Que quem trabalhe por conta de outrem tenha direito a um contrato.”

LUCÍLIA GALHA

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