27 setembro 2007

Prémios do Clube dos Jornalistas



No passado dia 25 de Setembro, decorreu no Convento do Carmo, em Lisboa, a entrega dos Prémios Gazeta, do Clube de Jornalistas. Nesta cerimónia, presidida pelo Presidente da República, João Pacheco foi um dos premiados, tendo proferido um discurso que louvamos e que é apresentado de seguida.

“Obrigado.
Obrigado à minha família. Obrigado aos jornalistas Alexandra Lucas Coelho, David Lopes Ramos, Dulce Neto e Rosa Ruela.
Obrigado a quem já conhece “O almoço ilegal está na mesa”, “A caça à pedra maneirinha” e “Guardadores de sementes”.
Parabéns aos repórteres fotográficos Nuno Ferreira Santos e Rui Gaudêncio, co-autores das três reportagens, com quem vou partilhar o prémio monetário.
Parabéns também ao Jacinto Godinho, ao Manuel António Pina e à Mais Alentejo, que me deixam ainda mais orgulhoso por estar aqui hoje.

Como trabalhador precário que sou, deu-me um gozo especial receber o prémio Gazeta Revelação 2006, do Clube dos Jornalistas.
A minha parte do dinheiro servirá para pagar dívidas à Segurança Social. Parece-me que é um fim nobre.

Não sei se é costume dedicar-se este tipo de prémios a alguém, mas vou dedicá-lo.
A todos os jornalistas precários.

Passado um ano da publicação destas reportagens, após quase três anos de trabalho como jornalista, continuo a não ter qualquer contrato.
Não tenho rendimento fixo, nem direito a férias, nem protecção na doença nem quaisquer direitos caso venha a ter filhos.
Se a minha situação fosse uma excepção, não seria grave. Mas como é generalizada - no jornalismo e em quase todas as áreas profissionais - o que está em causa é a democracia.
E no caso específico do jornalismo, está em risco a liberdade de imprensa.

Obrigado,

João Pacheco"

4 comentários:

Anónimo disse...

Um belo discurso! Ganhar prémios e a recibo verde...

Anónimo disse...

*palma*

Anónimo disse...

.
.
Já se começa
a perceber por aí
que nós não aguentaremos
muito mais tempo
esta situação.
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um abraço aos que já FERVEm,
João Pacheco
.
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Anónimo disse...

Como é que podem obrigar um "recibo verde" a pagar uma Segurança Social que não lhe dá um subsídio de desemprego? Como é possível que se obrigue um desempregado ou um trabalhador que nem ganha para comer a pagar prestações em atraso? É incrível como não há um único jornal que pegue nesta malvadeza.
Quando é que se organiza uma manifestação a sério? É preciso fazer alguma coisa.
O FERVE é uma grande ideia. Que os ânimos nunca esmoreçam!
FM