Acho muito bem esta iniciativa para ver se conseguimos formar uma força extremamente forte para que faça o Governo mudar de ideias quanto aos recibos.
Tenho tanta coisa que contar que nem sei por onde começar…
Estou há recibos verdes há dois anos. Não tenho direito a férias, não tenho direito a nada e, sinceramente, nem eu próprio tenciono ter férias, porque com 24 anos e sem pais ricos preciso de ter dinheiro para comprar uma casa e, como tal, sujeito-me a trabalhar para amealhar mais algum.
Recentemente tive uma bursite e uma tendinite (é verdade) e mesmo assim ia trabalhar, porque tenho a certeza que, se metesse baixa, quando chegasse já lá tinha outro no meu lugar e eu ia rua fora.
Trabalho num lar de idosos a recibos e, recentemente, fizeram-me uma proposta que dá vontade de rir: propuseram-me que passasse recibo de 20 euros por tratamento de fisioterapia e desse 10 euros à casa. Ou seja, vou passar recibo de 20 euros, descontando tudo desses 20 euros e só recebo 10 euros.
Os utentes nem imaginam muitas vezes que estamos a recibos verdes e a precariedade do trabalho é tanto na clínica onde estou que, basta o patrão embirrar com um fisioterapeuta qualquer (à mínima coisa) que põe logo fora.
Ainda recentemente isso aconteceu a uma colega minha que teve de faltar, uma semana, por motivos de saúde... Quando voltou, já não tinha emprego, pois tinham posto outra pessoa no lugar dela.
Isto dos recibos é que é... Precariedade, trabalho barato, poucas despesas para o patrão. mas depois é o Zé Povinho que se lixa!
E isto FERVE, FERVE muito na minha cabeça. Ou é impressão minha ou anda meio Portugal revoltado? Já repararam que isto é um ciclo vicioso? O trabalho é precário, as pessoas desinteressam-se, não produzem, o país não produz. Se se desse um contrato, mesmo que fosse menos dinheiro que a recibos verdes, tenho a certeza que haveria maior riqueza no país, mais investimento, pois contrato é sinal de alguma estabilidade, por mais que não seja, alguma estabilidade emocional.
Anónimo
Tenho tanta coisa que contar que nem sei por onde começar…
Estou há recibos verdes há dois anos. Não tenho direito a férias, não tenho direito a nada e, sinceramente, nem eu próprio tenciono ter férias, porque com 24 anos e sem pais ricos preciso de ter dinheiro para comprar uma casa e, como tal, sujeito-me a trabalhar para amealhar mais algum.
Recentemente tive uma bursite e uma tendinite (é verdade) e mesmo assim ia trabalhar, porque tenho a certeza que, se metesse baixa, quando chegasse já lá tinha outro no meu lugar e eu ia rua fora.
Trabalho num lar de idosos a recibos e, recentemente, fizeram-me uma proposta que dá vontade de rir: propuseram-me que passasse recibo de 20 euros por tratamento de fisioterapia e desse 10 euros à casa. Ou seja, vou passar recibo de 20 euros, descontando tudo desses 20 euros e só recebo 10 euros.
Os utentes nem imaginam muitas vezes que estamos a recibos verdes e a precariedade do trabalho é tanto na clínica onde estou que, basta o patrão embirrar com um fisioterapeuta qualquer (à mínima coisa) que põe logo fora.
Ainda recentemente isso aconteceu a uma colega minha que teve de faltar, uma semana, por motivos de saúde... Quando voltou, já não tinha emprego, pois tinham posto outra pessoa no lugar dela.
Isto dos recibos é que é... Precariedade, trabalho barato, poucas despesas para o patrão. mas depois é o Zé Povinho que se lixa!
E isto FERVE, FERVE muito na minha cabeça. Ou é impressão minha ou anda meio Portugal revoltado? Já repararam que isto é um ciclo vicioso? O trabalho é precário, as pessoas desinteressam-se, não produzem, o país não produz. Se se desse um contrato, mesmo que fosse menos dinheiro que a recibos verdes, tenho a certeza que haveria maior riqueza no país, mais investimento, pois contrato é sinal de alguma estabilidade, por mais que não seja, alguma estabilidade emocional.
Anónimo
3 comentários:
Estou em completo acordo. Esta lógica de recibos verdes é verdadeiramente doentia. Força e coragem!
cara colega, concordo plenamente com as suas palavras. cada vez mais estamos numa situação precária.terminei a licenciatura ha 3 anos, ainda não consegui qualquer tipo de estabilidade, vejo pessoas não qualificadas "massagistas" a ganhar o triplo que eu...infelizmente tive que abandonar a ideia de ser fisioterapeuta pois não conseguia ganhar o suficiente para pagar as contas.mas como é triste ser licenciado neste país!!
Sou da mesma opinião. Trabalho numa empresa bem cotada no mercado a passar recibos desde 1999. Já ouvi falar dos mesmos exemplos na função pública. Isto não é um país, é um campo de concentração. Por vezes fecho os olhos e acho que 1755 fui um trabalho incompleto. Já deveriamos ter desaparecido como povo! Mas estas atitudes políticas e as sucessivsa democracias de fachada para lá nos conduzem, portanto tenho esperança.
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