O que é um contrato colectivo de trabalho? Isso ainda existe? O subsídio de férias também inclui descontos à Segurança Social? E a que segurança temos direito? Há 30 anos a maioria dos trabalhadores não colocava estas questões porque estava informada. E isso acontecia porque, uma vez entrados no mundo do trabalho, aqueles que o faziam não eram - ou eram muito menos - confrontados com falsos recibos verdes, com tarefas pagas à peça, à hora, a metro.
Hoje o mercado de trabalho tem esse maravilhoso mecanismo chamado «flexibilidade». Tradução: milhares e milhares de trabalhadores com contratos mensais ou simplesmente sem contrato, sem seguros nem segurança, mas sob a tutela hierárquica de uma empresa. Prontos a serem despedidos a qualquer momento. E, muitas vezes, dispostos a tudo. Sem saberem que direitos têm, que direitos perderam. É muito diferente a cultura laboral desta geração, dita «à rasca».
Para debater todas estas questões no próximo sábado, 16 de Abril, haverá na Livraria Ler Devagar, em Lisboa (Lx. Factory), um encontro intitulado «Os Direitos de que nos Esquecemos»: uma mesa-redonda com representantes das várias organizações de precários e a apresentação do filme italiano Toda Uma Vida Pela Frente, com a presença do realizador, Paolo Virzì.
Esta iniciativa da Cultra terá início às 15 horas, com a mesa-redonda que vai ter as participações do secretário-geral da CGTP-IN, Manuel Carvalho da Silva, o deputado e membro da Cultra José Soeiro e, ainda, Michelle Chan (Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e do Audiovisual), João Camargo (Precários Inflexíveis), Adriano Campos (FERVE - Fartos d'Estes Recibos Verdes) e um representante da organização Maldita Arquitectura. A moderar o debate estará a deputada Catarina Martins, também membro da Cultra.
Após o debate e um intervalo segue-se, às 18 horas, a apresentação do filme italiano Tutta la Vita Davanti, em português Toda Uma Vida Pela Frente (legendado). Estará o realizador, Paolo Virzì, para comentar esta fita acerca de uma recém-licenciada em Filosofia que encontra trabalho num «call-center»... Uma história narrada em Itália, mas que terá muitos equivalentes portugueses, sabêmo-lo. Além de Virzí poderemos contar, igualmente, com o jornalista e crítico António Loja Neves, para comentar o filme, cuja exibição tem o apoio da Festa do Cinema Italiano.
A entrada é livre.
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