17 março 2008

EXPRESSO: jornalista a recibos verdes dispensada




“A Comissão de Trabalhadores tomou conhecimento das circunstâncias em que a nossa camarada Isabel de Oliveira, jornalista da política, foi dispensada (de respeitar hierarquias e cumprir agenda), terça-feira à tarde, por decisão do director do jornal. O motivo alegado foi a quebra de lealdade para com a direcção e o editor da área. Em causa está o envio de uma carta à administração, na qual Isabel Oliveira expôs o seu caso e pediu a regularização da sua situação.

A jornalista em causa, paga através de recibos verdes há pelo menos oito anos, tinha uma área atribuída (fazia a cobertura do Bloco de Esquerda) e estava integrada na agenda da redacção.

Questionou, por diversas vezes, a não regularização da sua situação, isto é, a integração no quadro da empresa, a última das quais através de uma carta enviada à administração do jornal.

A Comissão de Trabalhadores considera que, no caso em apreço, Isabel Oliveira já deveria ter sido integrada no quadro. A sua situação foi, por diversas vezes, abordada nas reuniões entre a CT e a Administração. Nunca foi afastada a hipótese de integração no quadro, apenas adiada.

A dispensa da jornalista é, na opinião da CT, uma situação inaceitável e porque diz respeito a todos os trabalhadores, convocamos o Plenário de Trabalhadores para dia 18, terça-feira, às 15 horas, no anfiteatro da empresa.

Expresso, 12/03/2008

A Comissão de Trabalhadores"

Esta informação está no sítio na Internet do Clube de Jornalistas em http://www.clubedejornalistas.pt/DesktopDefault.aspx?tabid=1126


APELAMOS A UMA INUNDAÇÃO DE MENSAGENS DE CORREIO ELECTRÓNICO SOLIDÁRIAS COM A JORNALISTA PARA OS SEGUINTES ENDEREÇOS:

Director:
director@expresso.pt

Cartas:
cartas@mail.expresso.pt

2 comentários:

Anónimo disse...

Mundo cruel....
Abraço

Anónimo disse...

"Exmo. Sr.

Estando eu em situação semelhante, e absolutamente indecorosa, à da jornalista que achou por bem dispensar, espero sinceramente que se envergonhe profundamente da actuação indigna do Jornal pelo qual responde como Director.

Sendo que não me resta muita alternativa enquanto mera cidadã, exerço o meu poder de escolha ao recusar-me a comprar este jornal, e apelando no mesmo sentido a todos os que me são próximos.

De forma aberta lhe declaro que, imaginar que se atreveu a sequer proferir a frase “quebra de lealdade para com a direcção e o editor da área” a uma profissional na situação de falso recibo verde, me provoca náusea.

Os Srs. apenas contribuem para a falta de vergonha moral, social e humana que prolifera neste país, olhando para as pessoas como coisas, procurando o lucro na poupança dos direitos e não na qualidade do produto.

Com os melhores cumprimentos"

Já fiz a minha parte e sinto-me melhor.