21 junho 2007

Testemunho: Arquitecta Paisagista

Entrei há 3 anos e meio para uma empresa de Arquitectura Paisagista, onde na entrevista não me foi estabelecido um horário de trabalho, e apenas se acertou um valor à hora para 3 meses de experiência, findo os quais ou passaria a contrato ou continuava a recibos. Claro que a questão 'contrato de trabalho' nunca sequer foi falada. Os pagamentos eram completamente irregulares, não havendo um dia certo para receber, tendo acontecido passarem 3 meses sem receber!
Passado algum tempo as condições alteraram-se; foi imposta hora de entrada (mas não a de saída), imposto 22 dias de férias por ano (não sei se poderiam mesmo ser consideradas férias, uma vez que era apenas um período no ano em que não trabalhava e também não recebia), e a questão dos ordenados continuava na mesma.
Ainda a respeito da questão de férias só era 'bem vista' pelo patrão, os 15 dias de férias que se tirava em Agosto, sendo os restantes dias sempre 'tirados a ferros'... Sem contar com os inúmeros fim-de-semana e feriados que se trabalhava, recebendo o mesmo valor à hora. Sem contar com as directas desnecessárias que se faziam só porque o patrão assim queria, deixando todo o Seu trabalho de correcção dos desenhos para a noite da véspera de entrega obrigando automaticamente a uma directa.
A relação patrão/colaborador começou a arrefecer com estes e muitos outros factores. Pouco depois de fazer 3 anos na empresa, depois de entrar e sair muita gente, foi-me feita a proposta de abandonar a empresa NAQUELE MOMENTO, alegando que tinha que haver dispensa de pessoal por motivos financeiros (entrou mais um colaborador assim que sai), referiu nessa dita conversa que ‘gostava muito do meu trabalho' (tal como volta e meia referia). Propôs-me algum dinheiro para sair e assinar um 'belo papel' em como a empresa não me devia mais dinheiro nenhum! Referi que ia informar-me dos meus direitos...
Após me informar com um advogado, este informou-me que perante as condições em que eu me encontrava teria direito a receber muito mais do que me era oferecido. Informei a empresa dessa situação a qual não gostou... após algumas negociações, a empresa aceitou pagar um valor muito mais alto ao inicialmente oferecido, contudo mais baixo ao valor a que teria direito para resolver a situação sem recorrer a tribunal. (esta situação foi resolvida sem necessidade de ir a tribunal!
Uma vez que era idêntica a uma situação que se tinha passado há pouco tempo na empresa com outro colega, sendo que em tribunal foi determinado o pagamento de determinado valor). O que se alegou nas negociações foi: Horário de trabalho, trabalhar nas instalações de empresa, estar sobre ordens, ter dias de férias estipulados... O pagamento foi feito em função dos valores de subsídios em atraso e indemnização.

Neste momento ainda me encontro numa situação instável, mas com mais respeito pelo ser humano e pela profissão que tenho. Sempre soube que naquela empresa se algum dia ficasse grávida teria que sair. Neste momento encontro-me numa empresa a ‘substituir’ temporriamente uma colega paisagista que teve bebé, onde é bem visível o respeito pela maternidade. Espero que com o meu testemunho ajude alguém a obter os seus verdadeiros direitos!
Anónima

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