01 abril 2011

MUDE: trabalhadoras/es entregam carta à Câmara Municipal de Lisboa

No seguimento do despedimento colectivo dos trabalhadores do MUDE: Museu do Design e da Moda, foi realizada uma concentração à frente da sede do museu pelas 18h30 de hoje, 1 de Abril 2011, contando com a presença de aproximadamente 100 pessoas, trabalhadores e solidários. Posteriormente, estas pessoas dirigiram-se para a Câmara Municipal de Lisboa, onde entraram e pediram para ser recebidas. Dois representantes das/os trabalhadoras/es do MUDE e um representante da plataforma Precários Inflexíveis foram recebidos por Ana Rosmaninho e Isabel Rodrigues, assessoras da Vereadora da Cultura Catarina Vaz Pinto, a quem entregaram uma carta dirigida ao Presidente da Câmara de Lisboa.






Divulgamos de seguida esta carta, para que as reivindicações destas/es trabalhadoras/es possam ser tornadas públicas.

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Lisboa, 01 de Abril de 2011


Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa,


Somos os trabalhadores do MUDE demitidos ontem ilegalmente.

Estávamos desde a abertura do Museu, em Maio de 2009, a falsos recibos verdes, a receber através de intermediários, como empresas de segurança ou associações culturais, que por sua vez esperavam receber dinheiro da CML. A maioria dos pagamentos foram feitos com vários meses de atraso, uma situação sempre acompanhada pela Direcção do Museu, com a justificação de que tinham que esperar pelas transferências feitas pela Câmara. Durante quase dois anos a situação foi sendo arrastada e teve a nossa compreensão, até que tudo se tornou excessivo e absolutamente incompreensível para quem, durante esse tempo, acarinhou o MUDE, fazendo com competência o seu trabalho.

A Autoridade para as Condições do Trabalho realizou uma inspecção ao MUDE há poucas semanas e ainda não conhecemos o seu relatório.

É por acreditarmos no projecto do MUDE e na sua colecção que queremos continuar a zelar pelo Museu, mas queremos fazê-lo com condições justas, dignas e legais, para que mais pessoas não sofram as represálias de que fomos alvo.

Porque nos apresentámos ao serviço hoje, fomos informados que há funcionários da CML a realizar as nossas funções, o que é manifestamente inaceitável e ilegal, visto que pressupõe que se tratam de facto de postos de trabalho permanentes.

Temos a certeza que compreenderá que só através da justa contratação dos trabalhadores que o MUDE já formou e que acompanharam o seu crescimento ao longo destes quase dois anos, a CML pode melhorar o Museu, que tanto destaque tem tido por parte da Autarquia.

Só pedimos a justiça e a legalidade que nos são devidas e estamos certos que não o contestará.


Com os melhores cumprimentos,

os trabalhadores do MUDE




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